O impacto das mudanças climáticas na saúde: políticas públicas e contexto internacional

A força crescente de um movimento global liderado por representantes tanto das agendas de combate e adaptação às mudanças climáticas quanto da área de saúde por maior visibilidade para o nexo entre os temas indica que incorremos em um lapso narrativo ao não reforçar que falar de clima é, acima de tudo, é uma questão de saúde e qualidade de vida. 

Meio ambiente e saúde são questões interdependentes e o enfrentamento dos desafios que levam às mudanças climáticas e à crise de biodiversidade são essenciais para a manutenção da qualidade da vida humana no planeta. Fatores como a exploração descontrolada de ambientes naturais selvagens, que leva à eclosão de doenças infecciosas, e a poluição do ar, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maior ameaça ambiental à saúde do nosso tempo, demandam atenção imediata.   

O ano de 2021 nos trouxe a vacina contra a COVID-19, demonstrando incrível capacidade de desenvolvimento científico e cooperação internacional – dois pilares, também, do combate às mudanças climáticas. Tais avanços indicam que há lições valiosas no intercâmbio de experiências sobre como a comunidade internacional – e os governos nacionais – podem reagir a desafios que ameacem nossas possibilidades de vida.  

É neste contexto que o Diálogos Futuro Sustentável inicia sua série de eventos em 2021. Primeira das cinco sessões do Diálogos que ocorrerão este ano, o evento “O impacto das mudanças climáticas na saúde – políticas públicas e contexto internacional” pretende atualizar os temas emergenciais da conexão entre clima e saúde, lançando luz sobre as decisões que precisamos tomar hoje para garantir uma vida saudável em um sentido amplo, tanto humano quanto ambiental.

A proposta do evento parte de uma abordagem global – como a comunidade de prática internacional interpreta a ligação entre os dois temas prioritários e as ações concretas que estão sendo planejadas e implementadas para seus enfrentamentos. O foco está também na relevância do ano de 2021 para ambas as discussões, tendo em vista a realização da COP26, conferência sobre mudanças climáticas da ONU – em novembro, no Reino Unido – onde o tema da saúde humana terá atenção inédita, precisamente devido à pandemia. 

O evento pousa, na sequência, em uma visão nacional, dando enfoque ao grande desafio brasileiro no que tange o nexo clima e saúde: a poluição do ar. Para isso, convida representantes de instituições reconhecidas em ambos os temas de mudanças climáticas e de saúde – o Carbon Disclosure Progress (CDP) e a Fiocruz – para apresentações que exploram aspectos de saúde em ambientes urbanos e o desafio para as cidades brasileiras e o uso de tecnologias multidisciplinares para avaliação de impactos e propostas de soluções efetivas em saúde pública nacional que levem em conta fatores ambientais e climáticos.

Na ocasião, o CDP lança o relatório “Mudança do Clima e Saúde Urbana – Impactos e Oportunidades para as cidades brasileiras”, fruto de uma pesquisa envolvendo 92 cidades acerca dos principais riscos à saúde de seus moradores advindos de fatores ambientais tais como enchentes, secas e doenças infecciosas transmitidas. O relatório aponta ainda oportunidades de ações com impactos positivos tanto do ponto de vista ambiental como de saúde pública. 

SERVIÇO

● Dia 8 de junho de 2021

● 10h30 – 12h (BRT)

● Acesso gratuito, inscrições através do link: bit.ly/Dialogos16 

● Será necessário preencher um formulário no momento do acesso.

PALESTRANTES

Andreia Banhe, gerente-sênior para Cidades, Estados e Regiões

CDP Latin America

Responsável pelo CDP cidades, estados e regiões para a América Latina. É uma das autoras do relatório “Mudança do Clima e Saúde Urbana – Impactos e oportunidades para as cidades brasileiras”. Graduada em Engenharia Bioquímica pela Escola de Engenharia de Lorena EEL USP e pós-graduada em Ciências do Meio Ambiente pela Brunel University no Reino Unido. Antes de integrar a equipe do CDP, trabalhou na Trucost em Londres, auxiliando a BM&FBOVESPA e o BNDES no lançamento do Índice Carbono Eficiente (ICO2), e em consultoria na área de sustentabilidade. 

Christovam Barcellos, coordenador do Observatório de Clima e Saúde

Fiocruz

Vice-diretor de Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict). Graduado em Geografia pela UERJ, graduado em Engenharia Civil pela UFRJ, mestre em Ciências Biológicas pela UFRJ e doutor em Geociências pela UFF. Trabalhou como sanitarista das secretarias estaduais de saúde do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Atua na pesquisa e ensino de Geografia da Saúde, com ênfase em Vigilância em Saúde, principalmente nos temas de: geoprocessamento, análise espacial, indicadores de saúde e sistemas de informações geográficas.

Laura Jung 

Global Climate Health Alliance

Laura Jung é membro do conselho da German Alliance on Climate Change and Health (KLUG) e defensora da causa de saúde planetária. Laura é graduada em Saúde Pública pela London School of Hygiene and Tropical Medicine e trabalha atualmente como residente médica na Universidade de Leipzig, o que lhe proporciona uma perspectiva única acerca das desigualdades no campo da saúde provocadas pelo clima. Sua pesquisa foca nos desafios de comunicação sobre mudanças climáticas para profissionais de saúde, assim como em doenças infecciosas e saúde planetária. Além disso, Laura atua como associada para políticas do Women Leaders for Planetary Health e apoia o Global Climate and Health Alliance.

O Global Climate and Health Alliance é uma aliança global de instituições que advoga pelo entendimento de que as mudanças climáticas são o maior risco para a saúde humana de nossos tempos, com dedicado trabalho à inserção da temática no âmbito da COP26 e no que tange às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países.

MEDIAÇÃO

Marina Marçal, coordenadora do Portfólio de Política Climática

Instituto Clima e Sociedade

Ecofeminista negra e advogada, no iCS trabalha pela construção de estratégias de implementação da NDC brasileira. Doutoranda e mestra em Sociologia e Direito na linha de pesquisa de Conflitos Socioambientais, Rurais e Urbanos pela UFF, onde se graduou. Também é mestra em Relações Étnico-Raciais pelo CEFET. Tem experiência em pesquisas pela FAPERJ e FIOCRUZ (incluindo o Mapa de Conflitos de Injustiça Ambiental no Brasil), envolvendo povos indígenas, comunidades quilombolas, povos e comunidades tradicionais. Foi pesquisadora de extensão pelo Centro de Assistência Jurídica da UFF na Amazônia com trabalhos de campo em Oriximiná, em parceria com a Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Estado do Pará.

Foi citada em 2018 pelo The Intercept Brasil em uma lista de 138 especialistas negros. Além de atuar em escritórios de advocacia, foi analista de Política e Incidência na área de Setor Privado, Direitos Humanos e Desigualdades na Oxfam Brasil. 

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