Criada há 27 anos, a Rede Feminina de Combate ao Câncer atua com 41 serviços assistenciais, como oficina de perucas, salão de beleza e doação de mantimento
O papel da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), instalada no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), é acolher os pacientes, principalmente as mulheres, em tratamento no sistema público. “Não existe algo que ajude mais a cabeça do paciente oncológico do que ter alguém ao lado. A pessoa se sente acolhida, percebe que não está só na luta”, explica a coordenadora-geral da RFCC, Vera da Silva.
O projeto solidário nasceu para complementar o tratamento oferecido pela unidade de saúde. O acolhimento é o trabalho principal da rede ofertado na casa de apoio, nas visitas ao leito e domiciliares – apelidadas de Beija Flor e Ombro Amigo – e nos grupos, como o Fênix Rosa.
“A nossa missão é doar amor, enxugar lágrimas e provocar sorrisos. Tentamos facilitar a vida das pacientes que chegam aqui, porque tudo é muito difícil. Há uma luta contra o câncer, contra a pobreza, contra os exames e para sobreviver”, acrescenta.
Verinha, como é mais conhecida na rede, está desde o início da associação sem fins lucrativos criada em 7 de outubro de 1996 por Maria Thereza Simões Falcão e um grupo de mulheres da sociedade brasiliense. Hoje, o projeto conta com 462 voluntários que atuam oferecendo 41 serviços assistenciais totalmente gratuitos e mantidos à base de doações. Apesar de o maior público ser feminino, a rede também atende homens.
462Número de voluntários do RFCC
A rede funciona todos os dias em três turnos no jardim do HBDF. No Outubro Rosa, mês de conscientização e prevenção ao câncer de mama, a atuação se intensifica. Durante os 31 dias deste mês, serão realizados 42 eventos alusivos à campanha. “Esses eventos são para informar às pacientes e às pessoas da importância de elas se cuidarem. No Outubro Rosa vem principalmente o alerta de se tocar e se conhecer para entender o que é preciso cuidar”, revela a coordenadora-geral.
Projetos da rede
Além do acolhimento, o projeto conta com doações de mantimentos, desde cesta básica até próteses mamárias externas e perucas. O objetivo é que as pacientes – que costumam ser arrimo de família – tenham acesso a itens básicos, garantindo dignidade e auxiliando na retomada da autoestima, muitas vezes perdida durante todo o processo que envolve a doença.
“O câncer é muito complicado, mas a rede feminina consegue devolver o sorriso para essas mulheres. Nós fazemos esse trabalho com muito amor e muita dedicação, sendo uma segunda família para elas”, admite a voluntária Maura França Costa.
Cabeleireira, ela atua voluntariamente na coordenação do Salão Rosa Solidário inaugurado em 2020 na sede da RFCC. O projeto se junta ao banco e à oficina de perucas auxiliando as pacientes acometidas por alopecia (queda dos cabelos ou dos pelos), sintoma do tratamento de câncer. “Atendemos tanto os pacientes acamados com agendamento nas enfermarias como os pacientes que vêm até o salão. Todos eles precisam do nosso amor e do nosso cuidado”, afirma Maura.
A oncologista clínica do HBDF Mirian Cristina da Silva diz que os grupos exercem uma função muito importante para as pacientes. “Na verdade, essas pacientes se incentivam mais para poder realizar o tratamento quanto têm uma rede de apoio. Como médica, vejo que funciona mesmo”, comenta.
Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader
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