Iniciativa liderada pela Fundação CERTI garante apoio a pequenos negócios sustentáveis O produtor Júlio Cesar Pires Santos, 67 anos, de Urupema, na serra catarinense, migrou da criação de gado para o cultivo e processamento de erva-mate e a produção de geleias de frutas nativas. Na cidade vizinha, Urubici, Norberto Ghizoni, 54 anos, vê sua produção de sucos dobrar de 20 mil para 40 mil litros por ano. Esses são exemplos de produtores catarinenses que fazem parte do programa Araucária+, com foco na inovação aplicada à preservação da mata atlântica. Atualmente, a iniciativa liderada pela Fundação CERTI está empreendendo um projeto de restauração florestal que já plantou 8 mil novas mudas de araucária e outras espécies nativas. Até o fim de 2023, serão 30 mil novas mudas plantadas em Santa Catarina. O projeto conta com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, ao todo, serão 262 hectares de floresta envolvidos no processo de restauração. Iniciado em 2013, o Araucária+ promove a conservação da floresta com araucárias por meio da inclusão socioeconômica de proprietários de áreas naturais em cadeias produtivas inovadoras, tendo como base espécies nativas não madeireiras dessa floresta, como a erva-mate e o pinhão, que é a semente da araucária. “Os produtores locais são conectados a um mercado diferenciado, formado por empresas que adotam estratégias de inovação e sustentabilidade em seus produtos, demandando insumos de origem sustentável, com informação e rastreabilidade agregada”, afirma André Noronha, do Centro de Economia Verde da Fundação CERTI. Para o plantio das novas mudas, o projeto contrata diretamente os produtores envolvidos na restauração, promovendo a capacitação para pequenos produtores na serra catarinense e produtores assentados no oeste do estado. Hoje, a iniciativa conta com mais de 80 produtores envolvidos e 50 organizações integradas. Entre eles, Júlio Cesar Pires Santos, de Urupema, e Norberto Ghizoni, de Urubici. “A equipe do Araucária+ foi fundamental ao me apresentar opções de comercialização diferenciada da erva-mate, a partir daí abriu meus horizontes para novos produtos. Hoje tenho uma produção artesanal de geleias, mel e estou preparando o processamento artesanal da erva-mate. O sítio deixou de ser um local de descanso que tinha custos e passou a gerar renda”, compara. A propriedade de Norberto, em Urubici, também se transformou. “O Araucária+ trouxe conhecimento, a gente abre o campo de visão, conhece pessoas e propostas nos cursos”. Antes de integrar o projeto, Norberto criava ovelhas e gado arrendado. Hoje, cultiva frutas para produzir sucos, entre elas uva, maçã e a goiaba-serrana, uma espécie nativa da Mata Atlântica pouco conhecida no Brasil. Em 2021 produziu 20 mil litros e agora espera fechar o ano com 40 mil litros, ou seja, o dobro. E aposta na inovação. Já fez cerveja de pinhão e tem projeto para produzir suco gaseificado em lata. Os bons resultados do Araucária+, que não tem fins lucrativos, deram origem ainda a uma spin-off, a Arca Natural, de Florianópolis, um negócio de impacto que visa alcançar um modelo de sustentabilidade financeira para dar continuidade às ações de preservação da floresta, por meio de soluções regenerativas e produtos sustentáveis. Analista de Comunicação – Assessoria de Imprensa Primeira Via Comunicação |
Deixe uma resposta