Sistema Faesc/Senar e Safras & Mercado apresentam cenário da oferta e perspectivas do arroz

Evento reuniu cerca de 50 produtores e técnicos.

A webinar sobre o “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado do arroz” reuniu produtores rurais, dirigentes sindicais, técnicos e outros representantes do setor produtivo catarinense, nesta segunda-feira (26). O evento foi promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), em parceria com a Safras & Mercado – consultoria de maior referência no agronegócio brasileiro e de abrangência internacional.

De acordo com o presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de Finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, a iniciativa faz parte do cronograma deseminários on-line ao vivo abertos ao público do setor viabilizados por meio de parceria com a Safras & Mercado. “Os eventos fornecem informações precisas e atualizadas sobre as tendências do mercado, os preços das commodities, as perspectivas de produção e consumo, entre outros temas de interesse do setor produtivo. A informação qualificada oferecida por meio dessa cooperação é imprescindível para que os produtores possam tomar decisões assertivas sobre o futuro dos negócios”.

Na abertura do evento, o 1º vice-presidente executivo da Faesc, Clemerson Argenton Pedrozo, apresentou o analista de mercado agrícola e consultor da Safras & Mercado, Evandro de Oliveira, que atuou como palestrante dessa edição, e pediu atenção em relação a alguns aspectos sobre o tema. “Gostaríamos de saber especialmente se o mercado brasileiro de arroz se mantém firme com cotações em contínua ascensão. Nosso objetivo também é entender qual é o cenário da oferta e demanda global e quais as perspectivas do mercado de arroz em que os produtores devem ficar atentos nos próximos meses.”

Com o tema “Cenário atual: pontos de destaque”, Oliveira abordou temas como ressaca pós-Carnaval; início dos trabalhos de colheita; cenário das exportações e importações, perspectivas para 2024 e mercado internacional.

Com relação à ressaca pós-carnaval, o especialista ressaltou que a calmaria predomina. Comentou que haverá queda natural dos preços; fraca demanda interna e a pressão do varejo e indústrias seguem testando o mercado. Além disso, alguns produtores estão cedendo. O cenário de incertezas continua e o bom volume de importações pressiona cotações. Dados do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) até janeiro demonstram 1,462 milhão de toneladas (1,2 milhão em 2023), maior volume em quase duas décadas. Até a terceira semana de fevereiro, foram 92,6 mil toneladas (base casca) e, apesar desse panorama, há previsão de mudança mais significativa aguardada para março/abril.

Sobre as exportações, o especialista frisou que há cenário favorável se desenhando. Isso é motivado pela disparada nos preços de exportação EUA, queda nos preços de exportação em Rio Grande, alívio logístico da soja e recuo nos preços dos fretes.

Também há incerteza safra Mercosul. Isso porque no Paraguai houve perdas entre 10% e 15% nos rendimentos até janeiro e a Argentina teve cerca de 10 mil hectares alagados. “As chuvas acima da média para os próximos meses preocupam”.

 Outro aspecto abordado foi o cenário indefinido na Ásia. A Índia está prorrogando indefinidamente banimento de exportações do arroz branco e taxação do parbo. Há oferta restrita e boa demanda e preços recordes no país. Nos demais países, os preços estão estacionados acima de US$ 600/t.

Em seguida, falou sobre a evolução dos preços do arroz em casca no Brasil e sobre as exportações. Comentou sobre a expectativa do mercado financeiro para o fim de 2024 que está mantida em R$ 4,92/US$. A mediana no final de 2025 permanece em R$ 5,00/US$ e as projeção de Safras & Mercado para o final de 2024 foi mantida em R$ 4,70/US$.

Oliveira também abordou o descontrole fiscal atual do Governo brasileiro, destacando que não é mais novidade para o mercado. De acordo com ele, o recente movimento da moeda se deve muito mais a uma questão de diferencial de juros do que problemas domésticos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acima do esperado não altera os cortes na taxa de juros nas próximas reuniões do Copom.

Oficina Técnica da ATeG Corte reúne produtores em Descanso

Manejo de pastagens foi o tema central da Oficina Técnica do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Pecuária de Corte, realizada na última semana, na propriedade de Décio Schroeder, na Linha Itajubá, em Descanso (SC). A iniciativa foi do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Santa Catarina (Senar), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de São Miguel de Oeste.

O evento reuniu cerca de 50 produtores e técnicos e contou com a presença do supervisor técnico da ATeG, Fernando Schneider, o técnico de campo Marlon Sbruzzi, o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de SMO, Adair Teixeira e o presidente do Sindicato Rural de Itapiranga, Waldemar Schroeder.

Entre os temas em destaque estiveram o manejo de pastagens, a importância da estação de monta e a eficiência no ganho de peso ao desmame. Além disso, também foram realizadas avaliações dos resultados obtidos pela propriedade de Décio Schroeder. De acordo com Schneider, as técnicas abordadas durante a oficina são fundamentais para uma pecuária eficiente e lucrativa. “Esses cuidados garantem a nutrição do rebanho, a reprodução eficaz e o crescimento saudável dos bezerros, resultando em maior produtividade e rentabilidade para o produtor.”

Para o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, o evento foi um sucesso. “Reunimos dezenas de produtores de São Miguel do Oeste e da região para discutir importantes abordagens da pecuária. Oficinas como essa são de grande valia para repassar conhecimentos e experiências, além de alavancar o setor”.

ATEG PECUÁRIA DE CORTE

O Senar/SC iniciou o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) com foco para a Bovinocultura de Corte em 2016. Desde então, atendeu mais de 3.000 produtores na área de pecuária de corte em 197 municípios catarinenses. Atualmente, 1.830 propriedades integram o programa no Estado.

O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, ressalta que Santa Catarina é reconhecida internacionalmente pela elevada qualidade na produção de proteína animal, tendo acesso a grandes mercados de exportação. “O Estado é renomado pela excelência e qualidade e vemos que com o programa conseguimos alavancar ainda mais a produção de carne bovina, fortalecendo o setor da bovinocultura e os produtores catarinenses”.

Entre os principais resultados alcançados com a ATeG Bovinocultura de Corte estão a implantação de sistemas de gestão nas propriedades; recuperação de pastagens degradadas e manejo de pastagens e implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, aumento da produção com o incremento da renda líquida e as melhorias na nutrição e no padrão racial dos bovinos de corte. Além disso, o programa atua com o protocolo de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF).

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