Teste rápido de detecção da Hanseníase, fabricado pela Bioclin , contribuirá para a interrupção da transmissão da doença no Brasil

O Brasil é o segundo país no mundo que apresenta o maior número de casos de Hanseníase, com registros de aproximadamente 30 mil novos casos por ano.

Doença contagiosa, de evolução crônica e potencialmente incapacitante, é caracterizada pela perda da sensibilidade e atinge, principalmente, pele, mucosas e nervos periféricos. A hanseníase faz parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças e demanda investigação obrigatória em todo o território nacional.

A informação do Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de 2020 aponta que em 2019 foram diagnosticados 23.612 novos casos de hanseníase, sendo 1.319 em menores de 15 anos e que a maior concentração de casos está nos estados do Mato Grosso (3.731 novos casos), Maranhão, Pará e Pernambuco (cada um com pelo menos 2 mil casos).

A OMS revela que na última década, o mundo fez progressos consideráveis na luta contra a Hanseníase. Em 2019, pouco mais de 200 mil casos foram detectados em 116 países. Cerca de 5% dos casos apresentavam deformidade físicas visíveis no momento do diagnóstico, o que equivale a 1,4 por milhão de habitantes, uma redução de 40% em relação a anos anteriores.

Desde o início de julho, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluíram o teste rápido para a detecção da Hanseníase no rol de procedimentos obrigatórios.

O teste rápido é um reforço inédito na detecção da doença, sendo o Brasil o primeiro país do mundo a ofertá-lo.
A Bioclin – Quibasa, indústria brasileira focada há 45 anos na produção e desenvolvimento de kits de diagnóstico para laboratórios de análises clínicas, é a empresa responsável pelo desenvolvimento do kit de teste rápido para a detecção da Hanseníase.

De acordo com Renata Araujo, Especialista de Produtos da linha de Imunologia da fabricante, o teste Bioclin FAST ML Flow detecta a presença de anticorpos da classe IgM anti-Mycobacterium Leprae e foi desenvolvido com base em evidências científicas, considerando critérios de eficácia, segurança e efetividade.

 “O seu lançamento visa a colaborar com a estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pretende erradicar a doença por meio do diagnóstico precoce, interrupção da cadeia de transmissão e ações planejadas e direcionadas às populações em risco”, destaca.

Essa estratégia da OMS, que tem como centro, a interrupção da transmissão e a eliminação da doença, está alicerçada em quatro pilares: implementar roteiro zero hanseníase do próprio do país, em todos os países endêmicos; ampliar a prevenção da hanseníase juntamente com a detecção ativa integrada de casos; controlar a hanseníase e suas complicações e prevenir novas incapacidades; e combater o estigma e garantir que os direitos humanos sejam respeitados.

A inclusão do teste rápido auxiliará também no monitoramento populacional em áreas de maior incidência e na classificação de pacientes suspeitos, pois, em alguns casos, a doença pode levar até 7 anos para se manifestar. “Além disso, servirá para testar contactantes de pacientes positivos, identificação de recidivas e auxiliar o médico na tomada de decisão em relação ao tratamento”, explica a especialista.

A versatilidade do teste é uma das vantagens da utilização. Segundo Renata, ele pode ser realizado com amostras de sangue total obtido através de punção digital. O kit da Bioclin vem acompanhado de todos os insumos para aplicação, não sendo necessária uma estrutura laboratorial.

 “Dessa forma, as condições para testagem são ampliadas e podem chegar às regiões de mais difícil acesso, uma vez que a Hanseníase é uma doença negligenciada e associada a baixo nível socioeconômico”, observa.

Foto e texto: colaboração de Komunic Comunicação Integrada

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