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Professor de anestesiologia e especialista em clínica da dor da Afya Educação Médica alerta para os riscos à saúde envolvidos no procedimento O uso de anestésicos durante tatuagens, prática que vinha se popularizando, passa a ser oficialmente proibido em todo o território nacional. A medida segue orientações do Conselho Federal de Medicina (CFM) visa evitar complicações decorrentes do uso inadequado dessas substâncias, que podem provocar reações adversas e até situações de risco de vida.A resolução do CFM, publicada no Diário Oficial da União na última semana, veda expressamente o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos para fins não médicos, como a realização de tatuagens. Além disso, o conselho reforça que anestésicos locais, como lidocaína, benzocaína e similares, são de uso exclusivo de profissionais habilitados da área da saúde, como médicos anestesiologistas. A aplicação por tatuadores ou qualquer pessoa não autorizada é proibida. O alerta vem após o aumento de casos de complicações em estúdios de tatuagem, onde clientes buscavam procedimentos indolores com o uso de cremes anestésicos ou injeções aplicadas por pessoas sem preparo técnico ou capacidade de lidar com emergências médicas.Segundo o Dr. Moisés Neves, professor de anestesiologia e clínica da dor da Afya Educação Médica de Ribeirão Preto, o uso de anestésicos, especialmente os injetáveis, requer profundo conhecimento técnico sobre dosagem, vias de administração e possíveis efeitos colaterais. Ele destaca que esses medicamentos, inclusive os tópicos, não são cosméticos e devem ser utilizados exclusivamente em ambiente médico. “Quando administrados por pessoas não habilitadas, os riscos ultrapassam uma simples alergia. Podem ocorrer complicações graves, como convulsões, arritmias, parada cardiorrespiratória e até morte súbita”, alerta o especialista.Dr. Moisés também pontua que a dor faz parte da experiência de se tatuar e, para muitas pessoas, possui até um valor simbólico. No entanto, reconhece que a sensibilidade à dor varia de pessoa para pessoa. Em casos em que a dor se apresenta como um obstáculo real, a recomendação é buscar orientação médica, especialmente de um anestesiologista ou dermatologista, que possa avaliar o quadro clínico e, se necessário, indicar alternativas seguras, como anestésicos tópicos leves ou métodos não farmacológicos.Ele reforça que mesmo anestésicos tópicos oferecem riscos sérios quando utilizados por pessoas sem formação adequada. “É extremamente perigoso recorrer a soluções caseiras, pomadas manipuladas sem controle ou produtos de procedência duvidosa. Anestesia exige preparo técnico e condições para intervir rapidamente em emergências”, enfatiza.O especialista da Afya faz ainda um alerta para os riscos escondidos em tendências estéticas promovidas nas redes sociais. Procedimentos divulgados como indolores, rápidos e simples podem, na realidade, colocar a saúde em perigo. “O corpo humano reage. Ele sente dor, sangra, responde a estímulos químicos. Substâncias aplicadas na pele, especialmente anestésicos, podem desencadear efeitos sistêmicos graves. E o fato de algo ter dado certo com uma figura pública não significa que seja seguro para todos. A segurança é individual”, destaca. Diante da nova diretriz, a recomendação é que os consumidores verifiquem os métodos adotados pelos estúdios de tatuagem e desconfiem de qualquer procedimento que envolva o uso de anestésicos sem supervisão profissional. A norma busca fortalecer a ética profissional e proteger a integridade física dos clientes, além de garantir o uso seguro das substâncias. Nesse sentido, estúdios que desrespeitarem a proibição poderão responder judicialmente por exercício ilegal da medicina, além de comprometerem a segurança dos clientes e a credibilidade do setor. “O cuidado com a dor nunca pode se sobrepor à segurança. Anestesia não é recurso estético, é um procedimento médico sério, que exige formação específica, monitoramento contínuo e preparo técnico. Quando mal aplicada, pode custar vidas”, conclui o Dr. Moisés. Sobre a Afya A Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br e ir.afya.com.br. |