Com feito inédito, estilistas negros e indígenas lançam coleção exclusiva para a C&A. Iniciativa leva assinatura do ativista Gustavo Narciso 

À frente de importantes projetos do Instituto C&A, o diretor executivo e ativista corporativo Gustavo Narciso conecta o social a negócios através de Identidades que evidenciam a moda autoral brasileira.

Conectar negócios e promover transformações sociais de grande impacto estão entre os compromissos do ativista corporativo e diretor executivo do Instituto C&A, Gustavo Narciso, 34. Idealizador da coleção Identidades – lançada pela C&A Brasil e Instituto C&A, o projeto, assinado pelas marcas Dendezeiro, Isaac Silva Brand, Nalimo e KF Branding, tem o objetivo de celebrar a brasilidade, evidenciando todo o potencial criativo e inovador de criadores que estão revolucionando a moda nacional.

Com o objetivo de fortalecer a presença da diversidade dentro de espaços corporativos, Gustavo traz marcas lideradas por pessoas negras e indígenas, além de quatro afroempreendedores que atuam no ramo de joias e bijuterias para complementarem a nova coleção. 

Sempre atento ao Brasil plural, Gustavo Narciso destaca a importância de colocar luz e investimentos em marcas e ações que promovam transformações sociais com olhar especial à diversidade. 

“Para além do olhar cuidadoso das raízes do Brasil como inspiração, estas marcas prezam pela transparência de sua cadeia de valor, sustentabilidade e diversidade. Amplificar essas mensagens para os consumidores da C&A foi um dos caminhos que encontrei para que esses resultados pudessem fazer sentido a todas as partes. Contudo, eu não queria que fosse uma simples Collab como a C&A e todo o mercado faz. Com ela, arquitetei símbolos e outros impactos laterais que esse consumo fosse simbolizar”, explica.

Atualmente, único diretor negro de um instituto corporativo do Brasil, Gustavo aborda o ativismo corporativo como manifesto social para inclusão de pessoas negras e indígenas em espaços de visibilidade, trazendo como compromisso firmado, trabalhar a empregabilidade na moda, sobretudo com esses dois recortes étnico-raciais. Neste cenário, a Coleção Identidades desenvolve a democratização do acesso a marcas autorais e promove novas possibilidades para toda a cadeia criativa.

“O projeto Identidades é o principal resultado das inquietações e oportunidades que eu vivenciei e observei ao longo da minha trajetória profissional, utilizando da C&A como ferramenta para potencializar o trabalho de inclusão produtiva que o Instituto realiza. Ele foi pensado para atender dois grandes objetivos: o primeiro é a democratização do acesso a marcas autorais lideradas por pessoas que contribuem para o desenvolvimento das comunidades em que estão inseridas, sejam pautadas por questões raciais, territoriais ou culturais e crenças; o segundo é oferecer para elas a visibilidade e novas possibilidades, que é a essência do nosso trabalho”, explica Gustavo Narciso, Diretor Executivo do Instituto C&A. 

Ações de impacto social

Com o desejo de trazer mais propósito à carreira, Gustavo deixou as atividades de consultor a fim de migrar para o Instituto C&A em 2019. Neste mesmo ano, teve a chance de participar do Copenhagen Fashion Summit, na Dinamarca – principal evento de moda sustentável do mundo, organizado pelo Global Fashion Agenda. Para o ativista corporativo, presenciar o evento mudou a perspectiva de vida ao visualizar como os negócios de moda aliados às causas socioambientais poderiam oferecer inspirações e entregas inovadoras para quem consome de forma inclusiva e sustentável. 

“A partir disso, minha obsessão foi construir pontes e articular uma sinergia do social com o negócio, em uma lógica que fizesse sentido para ambas as partes. Entendi, estudei e me aproximei de muitas marcas e criadores de moda autorais brasileiras que trazem consigo reivindicações sociais de altíssimo interesse público”, contou. 

Saiba mais sobre Gustavo Narciso

Homem negro, homossexual, ativista corporativo e diretor do Instituto C&A, Gustavo Narciso atua frente à inclusão da diversidade aos espaços de visibilidade, conectando o social com negócios. Enfrentando diversos tipos de preconceito, mesmo que agora velado, Gustavo tem como conceito de vida o compartilhamento das suas conquistas com o coletivo. “A minha negritude só faz sentido se o coletivo se beneficiar das minhas conquistas, caso contrário eu prefiro não me envolver”.

Apesar da importância no reconhecimento profissional, a trajetória de Gustavo não se resume a ser diretor executivo de um dos maiores Institutos de moda do Brasil, seus passos vêm de longe. Em busca de ascensão e inclusão, ele fundou com mais três amigos a startup Incluser 一 uma ponte entre pessoas e instituições para avaliar e incluir pessoas negras, LGBTQIA +, pessoas com deficiência e mulheres no mercado de trabalho; Propôs e liderou o comitê de Diversidade da C&A e articulou o Lançamento da Coleção Pride 一 primeira do varejo realizada a partir da articulação do comitê de Diversidade, Equidade e Inclusão do instituto; Articulou parceria com a Transempregos e C&A 一 a parceria abriu oportunidades para profissionais transgênero em todo Brasil no período do Natal em 2018; e liderou o programa de Empreendedorismo do Instituto C&A 一 programa que tem como objetivo impulsionar a trajetória de marcas de moda autoral lideradas por pessoas que lutam para firmar seus direitos.


Entre suas conquistas, o último ano do programa de Empreendedorismo do Instituto C&A, coordenado por Gustavo, impactou 81% de negros e 4% de indígenas, entre eles 61% de mulheres e 16% de pessoas trans, resultando uma média de 1,6 pessoas empregadas por negócio apoiado, contando que 61% dos empreendedores apoiados trabalham exclusivamente em seu próprio negócio.

Texto e foto: colaboração de Criativos PR

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