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O Instituto Ampara alerta para a crescente detecção do vírus da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em aves silvestres em território nacional, especialmente após uma descoberta recente no Parque Ibirapuera, localizado em São Paulo, a cidade mais populosa do Brasil. O caso envolveu uma ave da espécie irerê ( Dendrocygna viduata ), comum em diversas regiões do país, muitas vezes capturadas para o mercado ilegal de animais de estimação ou expostas frequentemente à caça ilegal para consumo. Por ser migratória e percorrer grandes distâncias, esta espécie pode atuar como reservatório silencioso na propagação do vírus, especialmente em um cenário de redução de habitats naturais. “Essas notificações mostram que o vírus está presente em aves silvestres que circulam em áreas urbanas. O contato direto com animais silvestres eleva o risco de transmissão entre diferentes espécies entre animais e humanos”, afirma Joares May, diretor técnico da Ampara Silvestre. ![]() A gripe aviária é causada pelo vírus influenza, subtipo H5N1, e tem histórico de circulação em aves silvestres e domésticas. Embora no Brasil os casos identificados até o momento tenham sido pontuais e em animais, o vírus já provocou surtos de grande impacto em países vizinhos como Peru e Chile, com mortalidade expressiva de aves nativas. A Ampara tem atuado na conservação de ecossistemas aquáticos, como áreas alagadas do Pantanal e parques com lagos e lagoas do estado de São Paulo, fundamentais para o descanso e alimentação de aves migratórias. O trabalho visa fortalecer a resiliência dessas situações frente às ameaças como doenças emergentes. “As aves silvestres que vivem em ambientes preservados, com alimentação adequada e baixo estresse, têm mais chances de resistir ao contato com vírus como o da gripe. A proteção desses habitats é uma medida preventiva essencial”, acrescenta May. A organização reforça a importância da vigilância epidemiológica contínua, da proteção dos habitats naturais e da conscientização da população sobre o papel da fauna silvestre no equilíbrio ecológico. O episódio atual é mais um sinal da necessidade de integrar políticas ambientais, sanitárias e educativas para prevenir crises futuras que afetem não só a biodiversidade, mas também a saúde humana e a segurança alimentar. Texto e foto: colaboração de Vale da Mídia |