Além da memória: Alzheimer pode desencadear outros problemas de saúde

Até agosto deste ano, a UPA 24h Zona Leste atendeu mais de 350 pacientes com a doença

As doenças do sistema nervoso ocupam o quarto lugar no ranking de óbitos registrados em Santos (SP), segundo o Boletim Epidemiológico da prefeitura, publicado em 2022. O documento indica as demências como as doenças mais expressivas, com destaque para o Alzheimer. 

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível, que atinge cerca de 1,2 milhão de brasileiros acima de 60 anos, que convivem com alguma forma desta demência, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). 

A doença compromete a memória, funções motoras e capacidade cognitiva do paciente. Para aumentar a conscientização sobre a doença, em 21 de setembro é lembrado o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer. 

UPA Zona Leste faz alerta 
De janeiro a agosto de 2023, a UPA 24h Zona Leste, localizada em Santos (SP), prestou atendimento a 356 pacientes com diagnóstico de Alzheimer. Moisés Neto, diretor Hospitalar da unidade, explica que os pacientes atendidos nem sempre recebem cuidado integral com sua saúde dentro de casa. 

“Nesse caso, destacamos como causa principal da procura por atendimento de emergência a presença de sinais e sintomas relacionados à desidratação, diabetes e hipertensão. Geralmente, são pacientes que não contam com apoio de cuidadores e, consequentemente, enfrentam dificuldades para manter uma gestão adequada da sua saúde”, explica o profissional.

“A maioria do público atendido na unidade é composto por idosos. Por isso, além de incluirmos o CID – identificação e classificações de doenças e problemas de saúde – com a causa do atendimento em emergência, realizamos o acompanhamento desse paciente e o diagnóstico secundário de Alzheimer”, completa Moisés. 

Como identificar a doença e prestar apoio 
A doença de Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e inevitável, ou seja, não há como barrar o avanço da doença. Segundo o Ministério da Saúde, o quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios: 

Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;

Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos, além da agitação e insônia;

Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva;
Estágio 4 (terminal): restrição ao leito, resistência ao falar com pessoas da família, dor à deglutição e infecções intercorrentes. 

O apoio da família e de cuidadores é fundamental para garantir que os pacientes com Alzheimer tenham um ambiente seguro e saudável. “A família pode direcionar o paciente para terapia ocupacional e apoio psicológico. Além disso, incluir hábitos saudáveis e atividades sociais estimulantes ajudam a manter a saúde cerebral do paciente”, orienta Moisés Neto.

Comunicação – Pró-Saúde

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