- Aparecida de Goiânia, segunda maior cidade de Goiás, comemora nesta quinta-feira, 11, 101 anos de fundação. De cidade dormitório, Aparecida se transformou em um dos maiores polos industriais do Estado
Segundo município mais populoso e terceiro no ranking da economia do estado, Aparecida de Goiânia também se destaca no cenário nacional. Em 2018, a cidade passou a figurar no top 100 do PIB dos municípios brasileiros, ocupando a 81ª posição e, já no ano seguinte, pulou para a 79ª posição. Representante da cidade, deputado Veter Martins (Patriota) acredita que o crescimento é um processo que ainda vai continuar se desenrolando. “Eu vejo Aparecida como a cidade das oportunidades”.
São 101 anos de uma história que começa na força da religiosidade, passa por décadas como um lugarejo esquecido no interior do Brasil, segue como cidade dormitório de uma capital erguida nas suas imediações, passa por grandes transformações e chega ao status de terceira economia e uma das cidades mais industrializadas do estado.
O ano era 1922. O Brasil ainda era um país essencialmente agrário, com 80% da população vivendo na zona rural. Goiás era um estado sem nenhuma expressão no cenário nacional. A então Goiás Velho, hoje, Cidade de Goiás, era a capital do estado.
Na época, Campininha das Flores era o município mais próximo da região onde, mais tarde, surgiria Aparecida de Goiânia. Era de lá que padres redentoristas saíam para realizarem missas, batizados, casamentos e outras cerimônias religiosas, as chamadas desobrigas, nas fazendas e povoados próximos.
No mês de março daquele ano, o padre José Francisco Wand, esteve na fazenda Santo Antônio, de propriedade de José Cândido Queiroz, para a celebração de uma missa. Na oportunidade, o missionário redentorista sugeriu que fosse construída uma igreja nas cercanias para a realização dos ritos religiosos.
Segundo conta a historiadora Nilda Simone, José Cândido e outros três fazendeiros, Abrão Lourenço de Carvalho, Antônio Barbosa Sandoval João Batista de Toledo, doaram glebas de suas terras para a formação do patrimônio da Igreja.
Dois meses depois, uma cruz de aroeira era erguida na fazenda Santo Antônio, onde foi rezada a primeira missa campal, no comecinho do mês de maio. Nesse local, no dia 11 de maio, outra celebração eucarística foi realizada. Dessa vez, debaixo de um rancho de madeira roliça e coberta com palha de bacuri. Nascia ali, o que viria a ser o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. E a data, foi considerada, como de fundação da cidade.
Assim como aconteceu com várias outras cidades, a construção da Igreja acabou levando pessoas a fixarem residência ali por perto. Depois vieram os comerciantes e, assim, teve início o pequeno povoado.
Em 1932, já contando com um bom número de moradores, se torna Arraial de Aparecida. Dezesseis anos depois é elevada a distrito, com o nome de Goialândia, por estar localizada entre Goiânia e Hidrolândia. Nesse período, experimenta um bom desenvolvimento, com a chegada de serviços básicos, como a instalação de energia elétrica e de uma escola estadual.
No início da segunda metade do século XX, a Assembleia Legislativa aprova o projeto de Lei nº 784/63, que se torna a Lei nº 4.927, de 14 de novembro de 1963, criando o município de Aparecida de Goiânia.
Mas a emancipação não significou desenvolvimento para a cidade recém-criada. Pelo contrário, por muitos e muitos anos, Aparecida foi uma cidade paupérrima, com pouquíssimos serviços de infraestrutura, como água tratada, asfalto e esgotamento sanitário.
A maioria da população se tornava moradora da cidade, por não ter condições de residir em Goiânia. Mas toda a vida das pessoas acontecia na capital. A cidade não oferecia oportunidades de trabalho, estudo, diversão, de compras. As pessoas saíam de casa todos os dias cedo para trabalhar em Goiânia e só voltavam à noite. Por isso, Aparecida tinha o título de “cidade-dormitório”.
Entre as décadas de 70 e 80 a cidade passou por um processo forte de parcelamento de áreas e criação de dezenas de bairros. Porém, sem a oferta de serviços básicos, os loteamentos se tornaram grandes vazios urbanos, somente com ruas abertas e raros habitantes, que sofriam com a falta de estrutura.
Segundo Nilda Simone, que tem livros publicados sobre a história do município, essa realidade só começa a ser mudada a partir do final dos anos 90, início dos anos 2000, com a tomada de decisão dos gestores, de promover a valorização da cidade. A historiadora explica que a população também percebeu a importância e apoiou a iniciativa, dando início ao processo de transformação. “Assim fizemos uma campanha chamada ‘Ame mais Aparecida’, onde o prefeito na época, Ademir Menezes, incentivou as pessoas emplacarem os carros aqui, comprarem na cidade. Então toda população foi engajada nesse movimento e Aparecida deixou de ser cidade-dormitório e passou a ser uma cidade que crescia, gradativamente, onde se morava aqui e se comprava aqui também”, explica.
O representante da cidade na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Veter Martins, também foi testemunha desse momento de transformação, pelo qual Aparecida passou. Ele credita esse crescimento acima da média da maioria de cidades brasileiras, à localização geográfica estratégica do município, mas acima de tudo ao processo de industrialização, iniciado há alguns anos, pelas gestões municipais.
Para o parlamentar, apesar de todo o desenvolvimento experimentado pela cidade, Aparecida ainda tem todas as condições de continuar o ciclo de crescimento. E acredita que o momento atual é um dos melhores para o município. “Nós temos hoje a parceria efetiva do governo do Estado, através do governador Ronaldo Caiado e do vice-governador, Daniel Vilela, nós temos apoio do presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto, para que a gente faça cada vez mais de Aparecida, essa cidade grande. Nós vamos inaugurar mais um polo industrial, o polo estadual, que é a verdadeira vocação da cidade, uma cidade industrializada, vamos continuar industrializando Aparecida para que ela continue gerando mais oportunidades para o povo que lá vive”,
O prefeito da cidade, Vilmar Mariano é outro que enxerga no incentivo à industrialização, o caminho natural para que o ciclo de desenvolvimento de Aparecida de Goiânia continue. Para ele, a chegada do mais um polo, dessa vez implantado em parceria com o governo o Estado, deve representar um salto no crescimento econômico para a cidade.
O novo distrito industrial vai ser construído no terreno onde fica hoje a Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, que será transferida para uma área ao lado do Complexo Prisional. O documento que autoriza as construções foi assinado no mês de abril por representantes da Justiça, Polícia Penal, MP, Governo de Goiás, empresários, prefeitura municipal, Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Mariano revela que a previsão é de que mais de 300 empresas, inclusive de grande porte, se instale no novo polo, que tem uma área de 1.100.000 mil m². “Isso traz geração de emprego e renda e estamos fazendo em parceria com o governo do estado, isso é de grande valia para a cidade. Ao lado disso também continuamos trabalhando em todos os bairros, lançando várias frentes de asfalto, reformando escolas, fazendo recapeamento. Aparecida comemora muito esses 101 anos”, avalia o prefeito.
Além de historiadora, Nilda Simone também é moradora e uma apaixonada por Aparecida. Como cidadã, ela vê que a cidade ainda tem muitos problemas para serem resolvidos, mas, como quem estudou e viveu parte do passado da cidade, ela vê um futuro brilhante para o município. “A cada dia que passa estamos nos transformando em uma cidade mais inteligente, mais promissa, mais rica. E meu sentimento com relação à Aparecida é somente de gratidão, porque foi aqui que eu criei meus filhos, onde eu vivo, sou respeitada, onde eu posso dizer que sou uma cidadã, que vive e ama Aparecida de Goiânia”, sintetiza.
Em poucas palavras, o deputado Veter Martins resume o crescimento de Aparecida nesses 101 anos. “Aparecida deixou de ser uma cidade problema, para ser uma cidade solução”.
Agência Assembleia de Notícias
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