Após decidir ficar em Valparaíso, médico cubano do Mais Médicos encontra amor de sua vida na cidade

Manoel Alejandro fez parte da equipe de médicos requisitados pelo Governo Federal para trabalhar no Brasil em 2014 por meio de convênio com o Governo de Cuba

Texto e fotos de Amarildo Castro – Ao chegar ao Brasil, há 7 anos, quando abraçou a causa do país se integrando a uma caravana de médicos cubanos que viria trabalhar em terras brasileiras por meio do Programa Mais Médicos, o jovem Manoel Alejandro, hoje com 35 anos, pretendia passar uma temporada na Terra Tupiniquim e retornar a Cuba. No entanto, com uma ruptura inesperada do Governo Brasileiro e Cuba, chegava ao fim a parceria de intercâmbio de mão de obra entre os dois países, em novembro de 2018, e Cuba exigia a imediata repatriação de seus médicos. Quem não retornasse, poderia sofrer punição do Governo Cubano, sem o direito de visitar a ilha e poder novamente deixar o país para trabalhar fora. Assim, vários profissionais fizeram as malas e partiram, mas alguns decidiram ficar no Brasil, mesmo contrariando as regras de Cuba. Do total de 25 médicos que atendiam Valparaíso, cidade no Entorno do DF, quatro deles decidiram ficar.

Manoel Alejandro, com a esposa Manoela Castelo: Valparaíso como base de sua nova jornada no Brasil

“Fiquei porque gostei do Brasil, porque eu ainda poderia colaborar mais. Mesmo assim, foi difícil porque tenho grandes laços com Cuba, e corria o risco sequer de poder fazer uma visita”, disse Manoel Alejandro, um dos integrantes do antigo programa de intercâmbio. Ele esteve de visita a seu país em março de 2018, quando o projeto ainda estava ativo. Mas a partir de novembro do mesmo ano, como decidiu ficar no Brasil, se retornasse a Cuba, não poderia mais sair de lá para o exterior.

No entanto, a vida reservou ao jovem médico uma surpresa. Conheceu em Valparaíso o amor de sua vida, a quase ‘chará’, Manoela Castelo Vieira, com quem se casou. Assim, volta a ter trânsito livre para frequentar seu país de origem, sem correr o risco de não poder de lá sair, porque agora tem cidadania brasileira. “Quero ir lá em breve, saudade dos familiares, mas retornarei ao Brasil em seguida”, citou.

No momento, Alejandro foi requisitado pelo novo formado do Programa Mais Médicos, do Governo Federal, dessa vez, trabalhando na cidade de Tabatinga-AM. Lá exerce o cargo de clínico geral, mas está sempre em Valparaíso de Goiás, onde mora com a esposa, mas nessa jornada, fica bem mais no Amazonas que em Goiás. A esposa não viajou com ele porque estuda em Valparaíso.  

Antes, após o fim do Mais Médicos ao moldes originais, Alejandro foi diretor do Hospital do Jardim Céu Azul, em contrato com a Prefeitura de Valparaíso.

“Fico grato pelo carinho que fui recebido em Valparaíso de Goiás, e hoje peço a todos que continuem se cuidando, porque a pandemia não acabou”, fala, em tom de dica.

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