Casa, que seria de acolhimento na QE 04 do Guará I traz polêmica e preocupação

  • Vizinhos contestam instalação do agora equipamento público em plena área residencial formada por idosos no geral, e moradores fazem abaixo assinado para retirada da ‘casa’

POR AMARILDO CASTRO

Depois de polêmicas anteriores, quando foram instaladas casas de passagem no Guará, sendo uma delas na QE 15 (Guará II), e que foi retirada pela Justiça na QE 15, e o mesmo aconteceu há cerca de seis anos na QE 06 (Guará I), agora a polêmica gira em torno de uma Casa de Acolhimento na QE 04, no Conjunto E. Embora tenha sido divulgada como casa de passagem, uma pessoa que trabalho no local garantiu no sábado, 17, que o local é apenas uma casa de acolhimento, esses locais que abrigam crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e com algum tipo de medida protetiva.

A reportagem do Blog do Amarildo, por se tratar de um final de semana, não teve como ‘tirar’ a prova desses detalhes porque a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) não atendeu telefonemas. Assim que o fizer, mais detalhes serão esclarecidos.

No caso da instalação de casas de passagens ou de acolhimento, a reportagem apurou ainda que para que seja implantada em um bairro residencial, a Lei de Uso e Ocupação do Solo ordena que seja ouvido os moradores, o que, segundo reclamações, não foi feito.

A reportagem do Blog do Amarildo visitou o local: grande movimentação de ‘entra e sai’, mas responsáveis dizem ser apenas uma casa de acolhimento (Foto descaraterizada para proteger identidade dos personagens)

Enquanto isso, haja polêmica e reclamações na comunidade local. A reportagem esteve na rua onde está instalada a casa e conversou com moradores da região.

“Aqui nessa rua, é uma rua que abriga no geral pessoas idosas, pessoas que não podem conviver com esse tipo de coisa, nós não fomos ouvidos, não somos contra ajudar esse pessoal, mas não em uma rua como essa aqui, em uma comunidade de idosos, e agora toda hora passa uma viatura, o Samu, é muito barulho, isso trouxe medo para a comunidade”, disse um morador local, que preferiu o anonimato.

O homem disse que praticamente todos os moradores são contra a chegada da casa de acolhimento. Ele ainda reclamou que agora as famílias precisam manter sempre os portões e portas fechadas.

“Falam isso, falam aquilo, mas a gente sabe que tirou a nossa tranquilidade. Eles saem dessa casa, vão para a pracinha, e vão fazer o que lá, vão fazer coisa boa, eu acho que não. Não fizeram nenhuma consulta a nós moradores, que somos todos contra”

José Marcos Leandro, aposentado que mora no Conjunto E da QE 04 desde o início de sua construção

Mesmo em um final de semana, onde não é possível falar com a maioria dos órgãos do GDF, a reportagem o Blog do Amarildo apurou que a chegada da polêmica casa de acolhimento seria uma parceria do GDF com a Casa de Ismael, um projeto com sede na Asa Norte, que acolhe menores em situação de vulnerabilidade social.

“Esses meninos aqui não são infratores, são pessoas acolhidas, com algum tipo de medida protetiva”

Cuidadora que trabalha na casa, que disse não poder revelar o nome por questões
de hierarquia do GDF

A situação é contestada por alguns vizinhos, que acreditam que a situação não seria bem essa, e que o governo tenta ‘esconder’ algo para não assustar os moradores.

Durante a visita da reportagem, foi de fato possível notar o ‘entra e sai’ tanto de pessoas acolhidas pela casa, quanto visita de entidades. Na tarde da passagem da reportagem pelo local, uma mulher que dizia ser evangelizadora, em um carro, foi uma das visitantes.

O que disse o administrador do Guará

A reportagem do Blog do Amarildo conseguiu contato com Artur Nogueira, o administrador regional do Guará. Por telefone, ele explicou que de fato a responsabilidade pela instalação da casa de acolhimento é da Secretaria de Desenvolvimento Social do GDF, e não da administração local. Ele garantiu que até agora ninguém ainda foi ao Executivo local levar a demanda, mas se isso ocorrer, ele vai levar o tema para as autoridades competentes pedindo uma solução.

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