Chegada dos celulares com câmeras e redes sociais uniu o Brasil de Norte a Sul

  • Aparelhos de boa qualidade ou mesmo mais modestos, nas mãos de qualquer cidadão brasileiro, mostram que dimensões de um país continental não existe mais quando se trata dos acontecimentos ou qualquer outro tipo de registro

POR AMARILDO CASTRO

Meus caros leitores, há mais de 40 dias, quando a chegada intensa das chuvas em todo o Brasil, passou a me chamar atenção a quantidade de postagens sobre belas cheias de rios em todos os cantos do país, além de algumas tragédias nas cidades, com enxurradas levando carros e matando motociclistas. Chamou atenção ainda a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, ocorrido no dia 22 de dezembro, na divisa do Tocantins com o Maranhão, em 22 de dezembro último. Em tudo isso, um fato comum: quase todos os registros feitos por populares em primeira mão, usando um smartphone, conhecido no Brasil como celular.

Queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Tocantis e Maranhão em 22 de dezembro de 2024: desastre mostrado em tempo real por um popular usando um smartphone

É aí que percebemos como o país mudou com a chegada dos celulares com câmeras e conectados a alguma rede social. Há 20 ou 30 anos, o que interessaria a queda de uma ponte (entre Tocantins e Maranhão) tão distante da região central do Brasil? Iria atrapalhar a vida de muita gente que se deslocaria para aquela região, mas em um país com noticiário restrito a grandes jornais e televisões, mas maioria com foco regional, quase ninguém no país teria acesso aos dados e imagens dessa tragédia. E hoje, com os celulares, o tema viralizou poucos minutos após a queda da estrutura, antes mesmo de chegar à grande imprensa.

Lembrando ainda que as enchentes no Rio Grande do Sul, no meio do ano, tiveram uma cobertura jornalística extraordinária em parte com imagens de populares que registraram tudo com um celular.

Ponte de madeira sobre o Rio Branco, localizada na MT-339 é levada por enchente. A estrutura ficava nos municípios de Rio Branco e Lambari D’Oeste, e foi mais um registro feito por populares em tempo real usando um celular

Eventos do passado, se fossem hoje, seriam muito mais difundidos e melhor esclarecidos

Quantos barcos afundaram no Rio Amazonas matando até mais de uma centena de pessoas nos anos remotos antes dos celulares, notícias que quase ninguém teve acesso nessa época. E se fosse hoje? Assim como o afundamento na virada de ano do barco o Bateau Mouche IV, que naufragou na Baía de Guanabara-RJ na noite de 31 de dezembro de 1988. Quantas imagens a mais teríamos desse barco e em tempo real? Algum sobrevivente provavelmente teria imagens exclusivas da situação no momento da tragédia, e ajudaria até nas investigações.

Registro na Chapada dos Veadeiros-GO, feito pelo guia identificado no Instagram como Vini: celular como ferramenta de trabalho para milhões no país

Registro de tudo em tempo real e em qualquer lugar

Os novos celulares, conectados às redes, trouxeram aos brasileiros a liberdade de registrar as belezas e tragédias do país a qualquer hora, em qualquer canto, do empresário ao matuto dos cafundós do país, todos podem fazer um registro que pode vir a ser viral. Sim, o Brasil virou um só país na era dos celulares, e melhor, com qualquer tipo de registro, em qualquer canto e com muitas imagens virais, sejam de tragédias, momentos de lazer ou mostrando as belezas de cada Estado.

Os aparelhos ligados à internet viraram ainda o principal instrumento de trabalho, agora não somente de jornalistas, radialistas, entre outros, mas da maioria dos profissionais liberais ou não.

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