Tecnologia, ciência cidadã e estratégias inovadoras ajudam a preservar o maior felino das Américas e promover a convivência com comunidades locais Pegada de onça-pintada no projeto HIWI no Acre. Imagens: Carbonext O Dia Internacional da Onça-Pintada, celebrado no dia 29 de novembro, destaca um dos animais mais emblemáticos das Américas, essencial para o equilíbrio dos ecossistemas. Reconhecida como predadora de topo, a onça-pintada regula populações de presas e contribui para a saúde ambiental das regiões em que vive. Contudo, o avanço do desmatamento e os conflitos com humanos colocam a espécie em risco, exigindo soluções inovadoras para sua conservação. E isso inclui desde câmeras e aplicativos de identificação de rastros de onças até estratégias de coexistência entre as comunidades locais e os animais. Confira algumas das ações empregadas pela Carbonext, empresa de soluções baseadas na natureza. App de identificação de rastros onças No município de Bujari, no Acre, o projeto Hiwi, liderado pela Carbonext, utiliza um aplicativo de identificação de onças para criar uma convivência mais harmônica entre comunidades locais e a fauna selvagem. A ferramenta permite registrar eventos de predação de gado, georreferenciar ataques e identificar a espécie responsável – como a onça-pintada ou a onça-parda (sussuarana) – com base em sinais deixados na carcaça e nos padrões de ataque. Essa abordagem busca mitigar conflitos, evitando retaliações que agravam o risco de extinção das espécies. No Acre ainda existe recompensa para quem mata onça. Os dados coletados ajudam a entender o comportamento das onças e fatores que influenciam os ataques. Enquanto a onça-pintada costuma abater suas presas com uma mordida na base do crânio e iniciar o consumo pela parte frontal, a onça-parda prefere a garganta e começa pela parte traseira. Essas informações, aliadas à localização dos incidentes, orientam ações de manejo e estratégias para minimização de conflitos que protegem tanto os rebanhos quanto os predadores, promovendo uma convivência mais harmoniosa. Insights para soluções práticas Além de identificar padrões de ataque, o aplicativo também analisa como fatores ambientais influenciam a predação. No projeto Hiwi, observou-se que muitos eventos ocorrem próximos a maciços florestais, especialmente em áreas onde há fontes de água. Durante a estação seca, por exemplo, o gado tende a se concentrar perto de rios e açudes localizados próximos à mata, locais ideais para as onças realizarem emboscadas. Esses dados são utilizados para orientar práticas de manejo mais eficazes. Uma das estratégias envolve afastar o gado jovem, mais vulnerável a ataques, das florestas e concentrá-lo em áreas abertas, enquanto os animais maiores, que intimidam as onças, permanecem próximos às zonas de mata. Essas ações também incentivam as onças a voltarem a se alimentar de suas presas silvestres naturais. Monitoramento através de armadilhas fotográficas O monitoramento com câmeras trap é outra das ferramentas utilizadas nos projetos de conservação das onças. Essas armadilhas fotográficas, posicionadas estrategicamente em áreas florestais, capturam imagens e vídeos que permitem observar hábitos como alimentação, descanso e deslocamento. Com esses registros, é possível mapear territórios ocupados por elas e acompanhar sua dinâmica populacional ao longo do tempo. Além de gerar dados valiosos para a ciência, as câmeras trap também ajudam a identificar possíveis ameaças, como a presença de caçadores ou mudanças no comportamento das onças devido a alterações no hábitat. Armadilhas fotográficas são uma ferramenta na conservação. Imagens: Carbonext Ciência cidadã e estratégias para coexistência humana e animal Mas não basta a tecnologia para dar conta do desafio que é a convivência entre humanos e onças-pintadas na conservação da espécie. É preciso também investir na educação. Nos projetos da Carbonext, por exemplo, as comunidades locais desempenham um papel essencial por meio da ciência cidadã, contribuindo com informações valiosas sobre a fauna e os eventos de predação. Essa abordagem participativa amplia a conscientização sobre a importância da biodiversidade e fortalece o envolvimento das comunidades na proteção das onças. Além disso, estratégias de coexistência têm sido desenvolvidas com base nas diretrizes da International Union for Conservation of Nature (IUCN), referência global em conservação. Essas ações incluem oficinas e programas educativos participativos que desmistificam temores, promovem métodos não letais para resolver conflitos e criam alternativas econômicas sustentáveis para as comunidades que compartilham território com a fauna selvagem. Oficina de coexistência humana e animal no projeto CAAPII. Imagens: Carbonext “Trabalhamos para construir um modelo que vá além da proteção das onças-pintadas, integrando as comunidades ao processo de conservação e promovendo soluções práticas e efetivas. E as diretrizes da IUCN nos oferecem um caminho consistente para alcançar esse equilíbrio,” afirma Isabella Romitelli, head de Biodiversidade dos Projetos REDD+ da Carbonext. Um convite à ação no Dia da Onça-Pintada O Dia Internacional da Onça-Pintada é mais do que uma celebração de uma espécie única: é um momento de reflexão sobre o papel da biodiversidade no equilíbrio do planeta. Proteger a onça-pintada significa garantir a preservação de ecossistemas inteiros, que são essenciais para os esforços globais de combate às mudanças climáticas. Sobre a Carbonext A Carbonext é uma empresa brasileira que desenvolve projetos de créditos de carbono para preservar áreas de floresta nativa, apoiar a sustentabilidade no agronegócio e impulsionar a produtividade rural, garantindo benefícios para o clima, a economia e as comunidades locais. |
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