Emanuelle Araújo e Ilê Aiyê lançam “Cadência Nobre” hoje

Emanuelle Araújo1 Ícaro Cerqueira

Quarta faixa do novo álbum da artista, que homenageia os ritmos baianos, chega às plataformas de streaming no dia 17 de abril. Primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê é referência de cultura e resistência e acaba de celebrar 50 anos 

CLIPE: https://youtu.be/bG4jGqE0_so?feature=shared

SINGLE: onerpm.link/cadencianobre

   “Você já foi à Bahia, nega? Pois vá”, canta Dorival Caymmi. Se for – e faço minhas as palavras de vários baianos de alta patente – não deixe de ir à cerimônia de saída do bloco afro Ilê Aiyê na ladeira do Curuzu. É um misto de ato religioso e musical no qual Vovô, fundador e presidente da instituição, comanda um ritual com bacias de milho, pipoca e pó de pemba, usados para pedir boas energias a Oxalá e Obaluaê e são soltas pombas brancas também em homenagem a Oxalá. A cerimônia conta com a presença dos percussionistas do Ilê Aiyê, que saúdam Vovô e a Deusa do Ébano, a vencedora do concurso de beleza realizado pelo bloco afro.

   Se é difícil traduzir em palavras a sensação de estar presente a um evento dessa nobreza, imagine fazer uma canção para ilustrar esse momento tão solene. Cadência Nobre, mais recente single de Emanuelle Araújo, cumpre essa função de modo exemplar. A criação da dupla Tenison Del Rey e Edu Casanova, que trazem no currículo composições gravadas por Ivete Sangalo, Chiclete com Banana e Daniela Mercury, entre muitos outros, passa exatamente a sensação de paz que invade a nossa alma após presenciar um desfile do bloco afro – a força da percussão, encorpada por teclados (que emulam a sonoridade da axé music da virada dos anos 1980 e 1990) e uma orquestra de cordas, que faz “cama” para a voz adocicada de Emanuelle, o que resulta num clima celestial. “Estava na minha casa em São Paulo quando recebi a música, em versão voz e violão. Foi tão impactante que comecei a chorar”, confessa a cantora. “Meu marido perguntou até o que tinha acontecido. Disse: ‘Me dê solidão e não te preocupa porque é uma coisa boa.’”, diz. 

  A maior parte das gravações aconteceu em Salvador, no lendário estúdio W.R. (o Abbey Road da música baiana). Os sopros e a voz, por seu turno, foram gravados no estúdio Marini, no  Rio de Janeiro. As cordas ficaram a cargo da Tallin Studio Orchestra, grupo sinfônico estoniano – terra natal do compositor erudito Arvo Part e dos maestros Paavo e Kristjan Jarvi, ou seja, melhor selo de qualidade não há. Há de se destacar ainda o piano de Marcelo Galter (do trio Mocofaia), cuja delicadeza promove um encontro certeiro com a interpretação de Emanuelle. “Sempre quis ter uma faixa que tivesse uma combinação de orquestra percussiva com orquestra de cordas. Achei que essa música seria perfeita para a gente experimentar essa história”, diz Emanuelle. Cadência Nobre tem produção de Kassin e a mixagem é do americano Michael Brauer, que trabalhou com John Mayer, Rolling Stones, Coldplay, James Brown e Rod Stewart, entre outros nomes de ponta do showbiz.

     Cadência Nobre é mais um capítulo do importante trabalho de Emanuelle Araújo com a música baiana. E faz parte da  produção do seu novo álbum que estará completo no segundo semestre. Nos três singles anteriores, a cantora trouxe o samba-reggae de “Vá na Paz do Senhor”, a composição de Xexéu que é um hino da Timbalada, na regravação de “Minha História” e todo a energia da axé-music na sua parceria com Tatau em “Tem Não”. A composição que estreia dia 17 de abril nas plataformas de streaming presta reverência ao  Ilê Aiyê, o bloco afro mais antigo do país e que no Carnaval de 2025 comemorou meio século de existência. “O Ilê é o precursor de tudo isso que a gente está falando.”, comenta Emanuelle. Assim que escutou a composição,  a cantora entrou em contato com Vovô, do Ilê Aiyê, que adorou a música e deu aval para a participação de integrantes da Banda do Bloco.  Os arranjos orquestrais, por seu turno, ficaram a cargo de Felipe Pinaud, que também se encarregou da função de flautista.

    A relação de Emanuelle com o bloco afro data do tempo em que fazia aulas de dança no Pelourinho, região central de Salvador. E que se manteve firme quando assumiu a carreira de intérprete, mais especificamente na Banda Eva. “Convivi algumas vezes com Vovô, a gente criou uma relação de muito respeito. O Ilê Aiyê faz parte das minhas playlists diárias. Com sua musicalidade potente, o bloco e a  fundação persiste e comunga trabalhos importantíssimos o ano inteiro. Então, para mim esse lançamento do dia  17 de abril tem uma grande importância”, comenta.

   “Adoro o nome da música Cadência Nobre. Me vem de imediato a imagem da  nobreza dos seus integrantes,  na saída do Ilê. Ali  estamos na frente de muitas divindades. Para mim  é um momento sagrado”, diz Emanuelle. “Me lembrei muito das imagens dessas  noites  do Ilê quando fui colocar voz na música”, complementa. 

   É escutar Cadência Nobre e sentir o Ilê passar.

Texto por Sérgio Martins.

Ficha Técnica single:

Composição: Tenison Del Rey e Edu Casanova

Voz: Emanuelle Araújo

Arranjos: Felipe Pinaud

Flautas: Felipe Pinaud

Flauta e Clarinete: Dirceu Leite

Piano: Marcelo Galter

Regência: Kleber Augusto

Participação Especial: Ilê Aiyê

Produção Musical: Kassin

Gravação Base Estúdio Salvador

Técnicos De Gravação: Apu Tude e Victor Gonçalves

Gravações Sopros e Voz Rio De Janeiro: Estúdio Marini

Técnico de Som: Daniel Alcoforado

Músicos Ilê Aiyê: Edson Santos Melo, Ludmila dos Santos, Maria Eduarda de Almeida Souza, Robson Gomes de Jesus, Thaina Rodrigues, Vivaldo Souza, Bricio Vitor Souza, Ruan Lemos, Alexandro Teles e Luciana Santos Silva

Orquestra: 

ERR Radio Studio – Tallin Estônia

Regência e Direção Artística: Kleber Augusto

Engenheira de gravação – Kira Malevskaia

Primeiro Violino: Egert Leinsaar, Piret Sandberg, Marge Uus, Tarmo Truuväärt, Astrid Muhel e Danae Taamal

Segundo Violino: Kadi Vilu, Kristjan Nõlvak, Kristel Kiik, Maiu Mägi, Triin Krigul e Jevgenia Gulman

Viola: Rain Vilu, Martti Mägi, Helena Altmanis, Sandra Klimaite, Mairit Mitt e Julija Širokova

Violoncelos: Tõnu Jõesaar, Aare Tammesalu, Margus Uus, Seulki Lee

Contrabaixo: Janel Altroff e Imre Eenma

Produção Executiva faixa: Mariana Rolim

Produção Salvador: Magali Paterson

Ficha Técnica clipe:

Equipe Têm Dendê Produções

Concepção artística: Vânia Lima

Direção de fotografia: Claudio Antônio

Direção: Fernanda Bastos

Supervisão de montagem: Taguay Tayussy

Roteiro: Vânia Lima e Vitor Gabriel

Produção: Bruno Ramos

Assistente de produção: Mônica Brandi

Assistente de câmera 1: Celson Felipe

Assistente de câmera 2: Lazaro Ramos

Colorista: Fábio Santana

Mixagem de som: Edilton Irmão Brito

Motion designer: Edvan Neves

Montagem e finalização: Jefferson Neto 

Agradecimentos:

Casa do Carnaval da Bahia

Restaurante Mãe

Gusttavo Canelas

AMS Tour

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