Solteira? A ciência tem 3 boas razões para você não achar isso ruim

  • De acordo com estudos, não ter alguém para chamar de seu (ainda que temporariamente), proporciona mais benefícios do que se imagina

Segundo pesquisa da Euromonitor International, o número de solteiros já ultrapassa o de casados na América do Norte e na Europa, e deve crescer mais de 20% no mundo até 2040. No Brasil, o IBGE estima 81 milhões de solteiros e 63 milhões de casados, segundo o último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

“Se você se reconfortou com os dados, provavelmente é solteira ou acabou de ficar. Mas por que você deveria se sentir consolada? Tom Jobim que me perdoe, mas é possível ser feliz sozinho, e fundamental mesmo é se sentir bem, sem depender de ninguém”, afirma Claudia Petry, pedagoga com especialização em Sexologia Clínica e membro da SBRASH (Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana).

De acordo com estudos, não ter alguém para chamar de seu (ainda que temporariamente), proporciona mais benefícios do que se imagina. Confira:

Maior interação com amigos e família

Segundo um artigo publicado no Journal of Social and Personal Relationships, pessoas solteiras costumam ter maior contato e proximidade com amigos e familiares, quando comparadas àquelas casadas.

“Em um casamento, ou mesmo uma união estável, você passa a compartilhar sua vida com outra pessoa, o que significa menos tempo para se dedicar aos amigos, à família e até a atividades rotineiras e descompromissadas, como ir a um bar com o pessoal do trabalho depois do expediente”, explica Claudia Petry, que também é especialista em Educação para a Sexualidade pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/SC).

Para Danielle H. Admoni, psiquiatra geral, supervisora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria); em muitos casos, a mulher se sente mais sozinha em um casamento do que se estivesse solteira.

“Se a relação for sufocante, a ponto de você se anular, perder sua identidade e se afastar das pessoas que ama, pule fora! No final do dia, o que importa são as pessoas que te fazem bem, mais do que ter ou não um marido ou namorado”, pontua a psiquiatra.

Mais autonomia e satisfação

Um estudo publicado no Journal of Family Issues comparou o crescimento pessoal de um grupo de casados a outro grupo só de pessoas solteiras. Ao final, constatou-se que mesmo os casais que viviam em harmonia, apresentaram níveis mais baixos de crescimento pessoal do que o grupo de solteiros.

No estudo, as pessoas solteiras tendiam a concordar mais com as frases “A vida tem sido um processo contínuo de aprendizado, mudanças e crescimento” ou “Acho importante ter novas experiências que me desafiem cada vez mais”.

De fato, pessoas solteiras buscam prioritariamente aquilo que é mais relevante para elas, como uma carreira mais significativa e maior desenvolvimento pessoal. “Com mais independência, a probabilidade de atingir seus objetivos é bem maior, e não há relação amorosa no mundo que substitua a sua autonomia e a liberdade de estar no comando da sua própria vida”, concorda Claudia Petry.

A saúde dos casados não é necessariamente melhor que a dos solteiros

Uma pesquisa da Universidade de Amsterdã, publicada na revista da Universidade de Oxford, coletou dados de pessoas casadas, ao longo de 16 anos, e fez cair por terra a velha máxima de que o casamento é um fator protetor à saúde. Anualmente, os participantes da pesquisa relatavam questões sobre sua saúde. Ao término do estudo, não houve alterações significativas que sustentassem a tese.

“É mais provável que outros estudos tenham relacionado o casamento com aspectos emocionais, identificando melhorias na saúde mental, principalmente na terceira idade, fase em que as pessoas costumam ser mais solitárias”, opina a psiquiatra Danielle Admoni.

Claudia Petry lembra que nada disso é uma regra ou uma verdade universal. “Há mulheres que são felizes casadas, que têm prazer em cuidar da casa, dos filhos e do marido. Da mesma forma, há aquelas que não têm a mínima pretensão em casar e, tampouco, aptidão para a maternidade. O importante é buscar o estilo de vida que melhor funcione para você e, claro, ser feliz”, finaliza Claudia Petry.

Colaboarção: FGR Assessoria de Comunicação

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