Delegado nega elo entre jovem atropelado e atropelador no Guará. “Não tinha vínculo algum”

Em entrevista ao Blog do Amarildo, Anderson Espíndola diz que solução do caso está bastante adiantada e afirma que polícia vai ouvir suspeito em até três ou quatro dias. Amigos e familiares marcam manifesto para o sábado, 29

POR AMARILDO CASTRO

Enquanto a família do jovem Matheus Menezes, de 25 anos, continua cobrando das autoridades a prisão do empresário suspeito pela sua morte, a Polícia Civil do Distrito Federal, representada no Guará pela 4ª DP, continua a investigar o caso e traz mais detalhes sobre o atropelamento de Matheus, que ocorreu há mais de uma semana. Na tarde da última quarta-feira, 26, o delegado Anderson Espíndola falou com a reportagem do Blog do Amarildo e trouxe mais detalhes sobre a dinâmica do crime.

Ele antecipou que Matheus na verdade não morava no Guará, e sim no Riacho Fundo, tinha um irmão que reside na cidade, e no caso, estaria indo para a casa desse parente após visitar a namorada em Águas Claras, na noite de domingo, dia 16 de janeiro último. Espíndola negou ainda qualquer vínculo entre a vítima e suspeito de sua morte, como citado em mídia local. Matheus também não tinha passagem pela polícia e era tido por amigos e parentes, como pessoa tranquila e trabalhadora.

Matheus foi atropelado na Avenida Contorno do Guará II (Foto de arquivo pessoal)

Ao tentar atravessar a faixa de pedestre, nas proximidades da Academia Água Vida, entre a Avenida Contorno do Guará II e QE 40, foi brutalmente atropelado pelo carro do empresário, um ‘Novo Fusca’. Em seguida, o condutor do veículo abandonou o local sem prestar socorro.

Após repercussão do caso, com a morte de Matheus quase uma semana depois no Hospital de Base, agora a polícia colhe mais provas, como vídeo e monitoramento do trânsito para saber as circunstância em que o empresário dirigia, se estava em alta velocidade, ou embriagado durante o atropelamento. “A gente vai ouvir o suspeito nos próximos dias, e esperamos que ele possa nos contar toda a verdade, porque vamos confrontá-lo com o que colhemos até agora”, relata o delegado.

Ele disse que precisa respeitar os trâmites da lei, mas que diante do que conseguir até o depoimento do suspeito, poderá inclusive indiciá-lo pelo crime imediatamente.

Em Brasília, o jovem ‘colecionava’ bons amigos

O caso

Em um ato de desespero e muita angústia, familiares e amigos cobraram das autoridades do DF justiça pela morte do jovem Matheus Menezes, de 25 anos. Ele estava cadastrado nos registros da Polícia Civil como desaparecido desde 16 de janeiro último, quando de fato, foi atropelado no mesmo dia na altura da QE 30 do Guará II, por um ‘Novo Fusca’ branco. Na ocasião, chegou a ser atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado ao hospital. Sem identificação, a família só descobriu a tragédia em 22/01, após sua morte. Ele morreu três dias após o atropelamento.

Até agora, o que se sabe é que o motorista do carro que o atropelou fugiu do local é um empresário que tem firma na QE 38. Ele se apresentou à polícia três dias após o crime, mas não está preso.

Na manhã do domingo, 23, durante o enterro do jovem, no Cemitério Campo da Esperança, amigos e familiares clamaram por Justiça. Para Luciano Almeida, amigo de Matheus, a família acredita que o atropelador estava em alta velocidade, pois segundo informações, andava sempre desse jeito pelas ruas do Guará. Ele ainda negou que Matheus tinha rixa com o algoz. “Ninguém falou isso entre os familiares, como divulgado na mídia, o que a gente acredita é nisso, numa imprudência de alguém em alta velocidade”, citou Luciano. Ele ainda acrescenta que Matheus era muito boa pessoa, não demonstrava ter inimizades e nem problemas com drogas. Trabalhou por dois anos na Feira dos Importados e atualmente estudava para concursos.

Está programada para o próximo sábado, 29, pela manhã, um manifesto em frente ao depósito de gás do qual o empresário suspeito do atropelamento e morte de Matheus era sócio.

O fato

No domingo, 16 de janeiro, Matheus visitou a namorada em Águas Claras, saiu de lá de Uber, mas desde então, não havia dado mais notícias. A família fez campanha na internet e órgãos oficiais em busca de informações, mas só conseguiu junto ao Instituto de Medicina Legal do DF, (IML), após sua morte.

O carro que atropelou Matheus foi encontrado em um estacionamento pela polícia na QE 40, o que facilitou a identificação do atropelador.

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