Três pacientes diagnosticados com câncer participam do treinamento da equipe técnica que vai operar a máquina
Os primeiros exames feitos com o equipamento PET-CT, que gera imagens de alta definição para diagnósticos mais precisos de câncer e doenças cardíacas, foram realizados nesta terça-feira (14) no Núcleo de Medicina Nuclear do Hospital de Base com três pacientes que estão em tratamento naquele centro hospitalar.
Segundo o chefe do Núcleo de Medicina Nuclear, até a próxima sexta-feira (17) devem ser realizados mais nove exames, três a cada dia. A realização dos exames faz parte do treinamento dos 20 profissionais de saúde que foram contratados e estão sendo treinados para operar o sofisticado equipamento, que foi comprado em 2013 e que somente agora está sendo instalado.
O Hospital de Base, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGESDF), é o primeiro e o único da rede pública a contar com esse tipo de equipamento.
Fase de treinamento
Esta será a quarta das cinco semanas de capacitação dos profissionais e, praticamente, é a última fase para que o equipamento seja, enfim, inaugurado.
Para os exames, é usado material radioativo específico, que é injetado e distribuído por todo o corpo do paciente. A substância fica concentrada nos tecidos afetados, possibilitando uma identificação mais precisa do tumor.
Esses exames são resultados de duas tecnologias agregadas em dois equipamentos: a tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia computadorizada (CT). Os exames feitos com essas duas máquinas fornecem detalhes mais nítidos sobre o quadro clínico do paciente do que se fossem feitos isoladamente.
“A utilização do aparelho nos dá maior precisão no diagnóstico e na escolha das terapias a serem aplicadas”, avaliou o chefe Núcleo de Medicina Nuclear, Rodrigo Guimarães Furtado. “Isso impacta diretamente nos custos dos tratamentos.”
O primeiro paciente a inaugura o PET-CT foi Téo Luiz Rocha dos Santos, 18 anos. Em agosto de 2020, ele foi diagnosticado com linfoma, câncer que se origina no sistema linfático. Téo fez o exame acompanhado pelo pai dele, Wenanys dos Santos Nunes, 49 anos.
Nunes conta que o rapaz vinha tendo sessões de quimioterapia. O tratamento apresentou resultado. Durante três meses, o câncer não se manifestou. “Infelizmente a doença voltou”, lamenta Nunes. “A quimioterapia não está mais fazendo efeito. A esperança, agora, é que com esses exames de alta qualidade os médicos consigam descobrir o que está acontecendo e encontre uma alternativa para o tratamento”.
Treinamento
A equipe de profissionais que vai operar o PET-CT começou a ser treinada no dia 26 de agosto. São 20 técnicos, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos nucleares, físicos e radiofarmacêuticos.
Na primeira semana, os colaboradores aprenderam a usar da bomba injetora, utilizada para injetar nos pacientes substâncias que permitem identificar, com maior precisão, possíveis doenças.
Na segunda semana, eles aprenderam a operar a máquina Lap Dourado, equipamento de laser que atua em conjunto com o PET-CT para mapear as áreas tumorais dos pacientes e definir onde é preciso aplicar tratamento pela radioterapia.
Nessa fase, a equipe aprendeu ainda a usar o gatilho respiratório, ferramenta auxiliar do PET-CT que calcula e harmoniza o exame com o ritmo respiratório do paciente, impedindo que a imagem saia borrada.
Na terceira semana foi a fase da a calibração do equipamento, quando foram instalados softwares para fazer os testes de tomografia computadorizada (CT). Essa etapa contou com a participação de 20 pacientes de radiologia de hospitais públicos do DF, que tiveram exames de tomografia agendados no HB, entre eles a cabeleireira Ivana Ferreira, 60 anos.
Ivana fez tomografia no tórax, abdômen superior e pelve, após se queixar de dores no abdômen durante atendimento no Hospital Universitário de Brasília (HUB). “Eles me encaminharam para realizar o exame aqui no Hospital de Base para testar a máquina”, contou animada. “Achei o ambiente super agradável, a começar pela atenção e bom atendimento dos profissionais. Coisa de primeiro mundo”.
Texto: Thaís Umbelino
Fotos: Ascom IGESDF
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