Após três semanas de campanha eleitoral, situação na cidade goiana traz atual prefeito à frente em pesquisa registrada. Mas indefinições continuam, candidatos pisam em ovos e todos acreditam ter chances
Em um ano onde a rotina de todo o país mudou, devido à pandemia de coronavírus, as eleições municipais também seguem o mesmo roteiro, se mostrando totalmente diferente do que candidatos e eleitores estavam acostumados. Em Valparaíso de Goiás, cidade goiana mais próxima do Plano Piloto, no DF, a campanha segue com muitas novidades, sem aglomerações e com o atual prefeito Pábio Mossoró (MDB) liderando pesquisas registradas até agora, seguido por Lêda Borges (PSDB). Juntos, os dois somam pontos bastante distantes dos demais concorrentes na primeira pesquisa de intenção de votos registrada no TRE. Mas o que se observa é que devido a uma campanha atípica, afetada pela pandemia coronavírus, tudo pode ocorrer.
Hoje, a campanha eleitoral, onde candidatos costumavam sair pelas ruas distribuindo abraços, apertos de mãos e promessas, precisou se adaptar ao novo normal.
Após mais de um mês de campanha, uma decisão da juíza da 33ª zona eleitoral de Valparaíso de Goiás, Letícia Silva Carneiro de Oliveira Ribeiro, impôs um desafio para aqueles que disputam a cadeira do poder executivo da cidade.
Como medida preventiva contra o avanço do coronavírus, foi determinado que eventos onde houvesse aglomeração de pessoas, como os “bandeiraços” e “adesivaços”, estariam proibidos.
Um grande baque para os planos dos que contavam com a velha forma de fazer política para ganhar a confiança de seus eleitores.
Com isso, postulantes ao cargo de prefeito do município precisaram adaptar suas campanhas, apostando em mini-carreatas e principalmente no poder da internet para serem notados.
Segundo a última pesquisa eleitoral, realizada pelo Instituto Real Time Big Data e divulgada pela TV Record, a situação na cidade é a seguinte: Pábio Mossoró (MDB) lidera as intenções de votos, com 35%; Lêda Borges (PSDB) vem logo atrás, com 22%; Professor Silvano (PT) aparece com 11%; Elvis Santos (Solidariedade) é o quarto colocado, com 3%; já os candidatos Marcelo Sorriso (PSD), Sirley Azevedo (PSL) e Valmir Ferreira (Patriota), aparecem na disputa com 1%.
Veja agora como estão as campanhas de cada um dos candidatos à prefeitura da cidade.
Pábio Mossoró (MDB)
Atual prefeito, Pábio Mossoró (MDB) tem bastante cabos eleitorais, que caminham pelas ruas de Valparaíso com as cores de seu novo partido.
Contando com o apoio de boa parte dos atuais vereadores da cidade, e da força de seu atual partido, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Pábio busca quebrar o estigma de que Valparaíso não reelege prefeito. Se o fizer, será o primeiro prefeito a ocupar o carpo por duas gestões seguidas.
Agora, com a proibição de eventos que gerem aglomerações, o candidato Mossoró e sua equipe vêm apostando forte nas redes sociais e em carreatas que reúnem apoiadores e cabos eleitorais por diversos bairros de Valparaíso.
Além disso, o atual prefeito é visto fazendo uma campanha porta a porta, visitando residências e comércios com pequenos grupos durante a semana.
Resta saber se todo o apoio que vêm sendo demonstrado em suas redes sociais, por parte da população, será traduzido em votos no próximo dia 15 de novembro.
Lêda Borges (PSDB)
Talvez o principal desafio da campanha de Lêda Borges (PSDB), seja superar a desconfiança que muitos têm em relação ao seu trabalho. Principalmente depois de ter se envolvidos em algumas polêmicas, como processos que tramitam na Justiça por improbidade administrativa durante sua gestão como prefeita da cidade, de 2009 a 2012.
Para isso, a atual deputada estadual usa sua longa trajetória política em Valparaíso e no estado como trunfo.
Durante seus eventos, e nas redes sociais, Lêda sempre fez questão de lembrar o que já fez pelo município goiano.
Ao contrário de seu ex-companheiro de partido e pupilo, Pábio Mossoró, sua campanha segue sendo mais discreta, fazendo pouco barulho pelas ruas da cidade e apostando principalmente em pequenas reuniões sem aglomerações ou carreatas, normalmente ao lado de sua vice, Maria Yvelônia (Republicanos). Mas há casos que fazem campanhas separadas.
Depois da proibição de eventos que causem aglomeração, além de focar nas redes sociais, a candidata tucana é vista pelas ruas de Valparaíso em mini-carreatas, sempre buscando uma comunicação direta com a população que uma vez a elegeu, para tentar superar os 27% de rejeição que a última pesquisa eleitoral registrou.
Professor Silvano (PT)
Conhecido nome na política de Valparaíso, Professor Silvano (PT) corre pelas beiradas na disputa eleitoral, apostando na força e na militância de seu partido – considerado por muitos como o mais importante da América Latina – para driblar a desconfiança que surgiu desde as últimas eleições com a política do Partido dos Trabalhadores.
Desde o início de sua campanha, o candidato apostou em visitas pela cidade, sempre com uma equipe reduzida em respeito as medidas de segurança contra o coronavírus.
Um dos eventos que mais causou barulho na cidade foi realizado no último dia 10 de outubro, em carreata que reuniu apoiadores do candidato petista. De acordo com Silvano, todos os presentes na ocasião eram voluntários.
Ainda em outubro, o vereador petista promoveu um comício virtual para apresentar seu plano de governo, de construção coletiva e participativa, onde mais de 8 mil pessoas assistiram a transmissão online.
Oposição convicta do atual governo, Silvano parece apostar no vácuo deixado por Mossoró (MDB) e Lêda (PSDB), que parecem promover uma espécie de “guerra fria” nas redes sociais, para mostrar seus projetos e ganhar espaço nas eleições.
Elvis Santos (Solidariedade)
No início da campanha do candidato Elvis Santos (SD), carreatas, passeatas e bandeiraços fizeram bastante barulho pela cidade.
No entanto, depois que a determinação da juíza da 33ª vara eleitoral de Valparaíso de Goiás entrou em vigor, Elvis optou por realizar diversas visitas aos bairros da cidade, além de mini-carreatas que respeitassem as novas regras de campanha.
Em suas redes sociais, o candidato do Solidariedade une a divulgação de suas ações nas ruas, a oposição ao grupo majoritário e a propagação de suas ideias para uma cidade melhor.
Ainda que o candidato seja considerado ficha limpa pela justiça, a dúvida que fica é se Elvis conseguirá mostrar para a população que é o nome ideal para a prefeitura da cidade, mesmo depois de ter seu nome envolvido em um processo que o afastou, por quase seis meses da sua função de vereador em 2018. Costuma dizer que usa isso ao seu favor, e que a população reconhecerá sua honestidade.
Outros candidatos
Visto sempre com o mesmo grupo pelas ruas de Valparaíso, o candidato Amaury Santana (PTB) aposta no slogan da renovação política como trampolim de sua campanha, que vem percorrendo quase toda a cidade.
Já a candidata do PSL, Sirley Azevedo, aparece nestas eleições como mais uma outsider da política, apostando na força nacional de seu partido, que elegeu, nas últimas eleições, uma das maiores bancadas do Congresso Nacional.
Com uma campanha discreta, mas de forte oposição nas redes sociais, Sirley aparece com 1% de intenção de voto, de acordo com a última pesquisa eleitoral realizada.
Marcelo Sorriso (PSD) é outro candidato que ainda não chegou a ter dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto. Apesar de sua campanha discreta e pragmática nas redes sociais, o dentista que concorre ao mais alto cargo do poder municipal é visto pelas ruas da cidade, sempre seguido de um pequeno grupo de apoiadores.
Valmir Ferreira (Patriota) quase não é visto pela cidade ou nas redes sociais. Seu nome está registrado no TRE como candidato a prefeito por Valparaíso, mas há dúvidas se está de fato fazendo campanha, já que praticamente não é visto pelas ruas da cidade fazendo o mesmo trabalho que os outros candidatos estão fazendo.
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