Putin representa o grupo que acha que a União Soviética nunca deveria ter perdido o seu status e ele não está sozinho”, alerta Felipe Loureiro
O “CNN Nosso Mundo” desta sexta-feira, 25 de fevereiro (22h30), fala sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que tomou proporções bélicas na madrugada desta quinta-feira, com ataques a várias cidades ucranianas, incluindo a capital, Kiev. Para analisar a situação e as consequências para região e o mundo, o programa recebe o historiador Felipe Loureiro, coordenador do curso de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) e do Observatório da Democracia no Mundo.
Felipe Loureiro explica que Putin quer transformar a Ucrânia numa Bielorrússia e ter em Kiev um governo submisso. “Para Putin não existe uma nação ucraniana, mas sim uma nação pan-russa, ou seja, para ele, a Ucrânia é a Rússia”, afirma Loureiro.
As apresentadoras Luciana Barreto, Rita Wu, Thais Herédia e Lia Bock conversam com Loureiro sobre as motivações do conflito, como as outras potências se posicionam, os impactos no mundo e que posição o Brasil ocupa nesse cenário. O historiador alerta que “as consequências podem ser sérias, dependendo de como o Brasil vai se comportar”.
O programa reflete se o ataque armado é realmente uma saída, analisa os possíveis rumos do conflito e se ainda existem alternativas diplomáticas para deter o avanço da Rússia sobre o território ucraniano.
A CNN Brasil está cobrindo o conflito ao vivo durante toda a sua programação. O repórter Mathias Brotero está em Kiev desde o último domingo, onde acompanhou o aumento da tensão que resultou nos ataques aéreos ordenados por Vladimir Putin por terra, mar e ar nas regiões separatistas que ele considera independentes.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu que os ucranianos usem armas para defender o país. “O nacionalismo ucraniano é forte o suficiente para uma resistência, mas o custo humano pode ser significativo”, analisa Loureiro. A população tenta fugir pelas fronteiras terrestres e países da Europa Central se preparam para receber os refugiados. Mas o historiador adverte: “a Europa não está preparada para receber esse grande fluxo de imigrantes e as consequências que isso pode trazer para o corpo político europeu são imprevisíveis e muito grandes”. A OTAN anunciou que vai reforçar suas tropas e colocar mais de 100 aviões de guerra em alerta máximo na região. Para o historiador, “aquele que começa a guerra até pode imaginar que sabe como a guerra começa. Mas ele não sabe como ela termina”.
Texto e imagem: Agência FR – Daniela Ribeiro
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