Conscientização sobre autismo reforça papel de inclusão social do EAD

Foto ilustrativa de pixabay.com
  • Por Leonor Ramos Chaves (*)

A aplicação cada vez mais aprimorada da tecnologia no setor educacional tem se estabelecido como um forte instrumento de inclusão, capaz de levar oportunidades de aprendizado – e, consequentemente, de um futuro – para estudantes que não teriam acesso se não fosse o advento das ferramentas digitais.

Podemos aqui incluir os estudantes de lugares afastados, em diversas partes do planeta, que não têm acesso à mobilidade urbana suficiente para chegarem às instituições de ensino que poderiam lhe dar a formação esperada. Ou pela falta desses recursos de transportes em suas cidades ou por dificuldades financeiras que os impedem de desfrutar tais acessos.

Neste cenário, a Educação a Distância (EAD) se mostra uma valiosa alternativa, capaz de atender, também, aos estudantes com deficiência física, visual, mental, auditiva ou, ainda, aos neurodivergentes – que são as pessoas que possuem características diferentes do funcionamento cerebral em relação aos neurotípicos (padrão considerado convencional). Por exemplo, as pessoas que têm TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), que estão no Transtorno do Espectro Autista, pessoas com Dislexia, entre outras.

Neste mês de abril, dedicado à conscientização sobre o autismo, temos a oportunidade de entender e reforçar que estes estudantes têm necessidades próprias muito específicas referentes aos horários, necessidades físicas, cognitivas e de organização de seus estudos que dificultam sua adaptação ao ensino convencional. Muitas vezes, esse processo pode ser facilitado pelo ensino a distância.

A própria adaptação curricular destes alunos pode ser incrementada pela utilização de recursos on-line ou ser toda realizada on-line, dependendo da demanda e da adequação a ser realizada, no percurso ensino-aprendizagem do aluno.

Não se trata, portanto, de uma fórmula mágica. Há casos e casos, níveis e níveis, e em muitos deles é extremamente necessário que o indivíduo diagnosticado com TEA seja estimulado ao contato presencial e às trocas com os demais estudantes. Mas considerando justamente os cenários mais desafiadores, o EAD é um caminho que tem se mostrado efetivo.

Hoje temos plataformas com vários recursos para pessoas com deficiência, o que facilita seu processo de adaptação ao ensino a distância e amplia suas possibilidades de êxito.

É sempre importante lembrar que a inclusão fortalece a sociedade como um todo. No meio corporativo, vale lembrar, o relatório “A diversidade vence: como a inclusão é importante”, produzido pela McKinsey em 2020, demonstra que as equipes neurodivergentes superam as homogêneas em 36%, em termos de rentabilidade.

Ou seja, não importa o ponto de vista, da economia ao olhar mais humano, a sociedade tem no EAD um aliado que abre portas para um futuro mais diverso, mais igualitário e mais preparado para a adversidade.

(*) Leonor Ramos Chaves é Psicóloga, Psicopedagoga e Consultora Educacional da Fundação FAT

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