Em meio à pandemia, ativista cultural Miguel Edgar se reinventa e leva alegria e arte musical por todo o DF

Conhecido por promover eventos culturais, especialmente no Guará, hoje Miguel faz trabalhos usando uma Kombi como palco em várias RAs

POR AMARILDO CASTRO

A pandemia coronavírus trouxe muitos contratempos e desafios para todos do Guará, DF, Brasil e no mundo. E assim foi também para o setor cultural, um dos mais atingidos em Brasília, com shows e eventos proibidos desde março de 2020. Nem uma pequena trégua, no meio do ano de 2021, quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) liberou algumas atividades, melhorou o setor. Assim, muitos artistas e produtores culturais tiveram que se reinventarem para sobreviverem e continuar fazendo aquilo que mais gostam: levar alegria e entretenimento para a comunidade.

Nesse contexto, Miguel Edgar, da Confraria Guará, um dos ativistas culturais mais conhecidos na cidade e região se viu obrigado a buscar algo diferente, já que festas juninas, carnaval, shows e outros tipos de atividades para o entretenimento foram todas proibidas por meio de decreto governamental. Mas, insistente, por meio de um projeto cultural, ganhou no final de 2020 um prêmio da Lei Aldir Blanc. Com o dinheiro em mãos, não pensou duas vezes e investiu a verba em uma Kombi. Em seguida, transformou o veículo em um palco ambulante, para que artistas pudessem se apresentar.

Com um novo projeto em mãos e um equipamento interessante para tempos de pandemia, buscou novos recursos, contratou artistas para tocar em seu novo palco, tudo isso na rua, em movimento, de quadra em quadra, alegrando as pessoas, de idosos a crianças com pouca idade.

ASSISTA AO VÍDEO DEMONSTRATIVO DO PROJETO

Assim, não demorou para receber convite de várias administrações regionais para que pudesse levar para as cidades, um pouco da arte, da música e cultura do país, tudo embalado por um bom sistema de som, montado dentro da Kombi. Também começou a produzir vídeos históricos sobre Brasília, outra vertente de sua ‘reinvenção’, com trabalhos na Candangolândia e Ceilândia.

Assim, nascia o projeto Kombinando Arte e Cultura. Ações já foram realizadas no Guará, Candangolândia, Águas Claras, Cruzeiro, Sudoeste, Ceilândia e Plano Piloto.

As atrações são variadas, como apresentações de rock, hip hop, repente, forró, samba, mpb, sertanejo raiz, circo, poesia e atrações infantis.

Entre os trabalhos prestados para a comunidade do Guará, Miguel Edgar, em sua trajetória na cidade, cita a parceria com o artista Zaqueu Vitor, ao construir monumento em frente à administração local (Foto de Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)

À reportagem, disse que ao ganhar o prêmio, viu que o dinheiro deveria voltar para cultura. “Com as restrições da pandemia pensei na forma itinerante, um meio de deixar a cultura viva. As emoções com a repercussão são as melhores. Levar a cultura para onde o povo está. Essa é a missão do kombinando Cultura e Ideias”, diz.

Miguel Edgar é ativista cultural, radialista, e assessor político. Com um histórico de serviços prestados a comunidade, entre eles, apoio à construção da nova Casa da Cultura do Guará, o monumento em frente à Administração Regional do Guará, com a figura de um lobo, em obra feita por Zaqueu Vitor, com apoio de artistas locais, que modelaram o letreiro em cores vivas, que lembram o Cerrado.

Além disso, Miguel articula junto ao Executivo do Guará, na pessoa do gerente de cultura Julimar dos Santos, e da administradora regional, Luciane Quintana, a implantação da nova biblioteca da cidade e reforma da Casa da Cultura. 

Para o aniversário da cidade, está preparando, com os mesmos parceiros, dois presentes para a cidade. No entanto, ainda não divulgou quais. “Será uma boa surpresa”, finaliza.

Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*