No Guará, mulheres mostram que tradicional futebol no ‘terrão’ não é coisa só para homens

Atletas da ADG fazem prévia da final da 17ª Copa Quarentão no Terrão da QI 22, mostram que sabem fazer gols nesse tipo de terreno e lançam desafio aos homens: “Estamos aí para fazer bonito também”

POR AMARILDO CASTRO – Para quem sempre acompanhou os tradicionais campeonatos de futebol nos chamados ‘terrões do DF’, normalmente com torneios masculinos, esperem por novos dias, porque a mulheres também pretendem dominar essa difícil arte, essa modalidade no esporte. Prova disso foi um jogão de bola entre a equipe feminina da Associação Desportiva Guará (ADG) e as Amigas do Fut, ambas treinadas pela própria ADG, no Clube Caeso, no SIA. Essas ‘meninas’ foram responsáveis por proporcionar um belo espetáculo antes da final do Terrão da QI 22, no Guará, entre Koeba FC e Solano`s. Elas pisaram na terra às 11h, do dia 4, onde a ADG venceu as Amigas do Fut por 3×1, pouco antes da grande final.

As meninas da ADG e Amigas do Fut, no Terrão da QI 22 do Guará: jogo com quatro gols

Mas o resultado era o que menos importava, até porque era um simples amistoso. Simples? Não exatamente isso, porque o jogo entre as duas equipes mostrou muito mais que isso. Foi possível ver que as mulheres ocupam mais e mais espaços que antes eram exclusivamente dos homens, como as disputas de partidas nos chamados ‘terrões’. Isso mesmo. Perderam o medo, e agora encaram de tudo, poeira, barro, e até olhares desconfiados de alguns que antes, achavam que essa modalidade de futebol era apenas para os homens.

Dennis Web explica que modalidade está crescendo em todo o DF

“Elas estão de parabéns, estão provando a cada dia que são muito fortes, e que assim como os homens, podem oferecer espetáculos em campo de terra batida”, explica Dennis Web, vice-presidente da ADG e um dos responsáveis pelo treino das meninas aos sábados, no Clube da Caeso, no SIA.

Dennis explica que a ADG está com um projeto modelo para o futebol feminino na cidade, começando pelo treinamento de qualidade. Mas a intenção é criar em breve uma escolinha de futebol somente para as mulheres, onde todas podem participar, de crianças à melhor idade. Em seguida, prepará-las para competições. “O futebol vem crescendo em todo o Brasil, e aqui no DF não é diferente. Estamos com um projeto, o Lobas do Cerrado, onde o objetivo principal é a socialização para a prática do desporto em geral, e temos tido uma ótima aceitação, as mulheres nos procuram a cada dia mais para a prática do futebol”, relata.

Leda Reis, à frente: idade não é problema para jogar, e hoje ela bate um bolão aos 56 anos

Nova vida com o esporte

O futebol para mulheres vai além de um simples treino. Lêda Jaci Reis, de 56 anos conta que hoje o futebol é complemento importante da sua vida. Com quatro filhos, ela disse que conheceu a modalidade por meio de uma ‘olimpíada’ entre empresas há uns oito anos. E desde então, nunca mais parou. “Hoje temos uma turma que joga com frequência, em geral, representado o Clube Caeso, mas agora estamos expandindo”, conta. Lêda explica que em primeiro lugar está a prática de fazer o que gosta, e pela saúde, o restante que vier é lucro. Ela ainda enaltece a parceria entre Caeso e ADG.

Gessica, em foto de arquivo pessoal: “sensação de liberdade ao jogar bola”

Gessica Nayane, disse que joga desde os 7 anos. “É uma sensação de liberdade, alegria. Jogando, esqueço de tudo, é um amor pelo esporte”, relata. Casada, sem filhos, mora em Vicente Pires e está sempre treinando futebol.

GALERIA DE FOTOS

Seja o primeiro a comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*