NOVA AURORA-GO – Casarão com mais de 150 anos que pertenceu ao avô do presidente da Alego, Bruno Peixoto foi revitalizado e chama atenção

  • Construção fica na esquina da Rua do Comércio com a Rua Goiandira e chama atenção de quem passa pelo local devido ao seu estado de conservação

POR AMARIDO CASTRO

A passagem do editor deste canal, Amarildo Castro por Nova Aurora-GO, chama atenção porque ele mesmo (o jornalista), de certa forma, pelo espírito de acompanhar as demandas e a história de cada local por onde passa, não cessa. Assim, neste período de fim de ano, o editor aproveitou para andar pela cidade e mostrar um pouco da história do município, emancipado politicamente em 1953, quando deixou de pertencer ao município de Goiandira. A data da emancipação é 13 de novembro do mesmo ano.

Mas antes, muito antes, Nova Aurora já havia construído uma larga história na condição de vilarejo. Pela cidade, até mesmo os chamados coronéis da época colonial atuaram. E no auge da cana-de-açúcar, a cidade também teve seus engenhos, com destaque para o empreendimento do Sr. Benedito Potenciano de Souza, que ficava a cerca de 8 quilômetros da cidade, na parte Sul do município, na Fazenda Mata do Veríssimo, nas proximidades do rio que leva o mesmo nome.

Potenciano teria morado um um enorme casarão com sua família em um esquina da Rua do Comércio com a Rua Adalardo da Silva, em Nova Aurora. No mesmo local, enquanto existiu tal casarão, funcionou ainda como farmácia (a Farmácia do Orlando) durante um período, já perto da sua derrubada, feita há cerca de 30 anos. Mas no dia a dia, Potenciano estava mesmo era na fazenda, que teria duas sedes, uma para funcionários e outra para a família, conforme apurou o Blog do Amarildo junto a uma mulher pioneira na cidade, Dona Abadia Lopes.

Mais tarde, Potenciano teria vendido tudo e se mudado para Araguari-MG, para onde já acostumava vender seus produtos antes ‘industrializados’ na Fazenda Mata do Veríssimo. À época, comenta-se que ele fabricava açúcar e cachaça, antes de se mudar. Restos do engenho de Potenciano ainda podiam ser vistos há cerca de 40 anos, perto de uma cachoeira no riacho que corta a região conhecida como Gengibre.

Casarão fica na esquina da Rua do Comércio com a Rua Goiandira, foi todo reformado e mantém traços originais da construção de uma época colonial: pilastras de madeira de lei que já duram mais de um século (ou dois)

Histórico de casarões, sobrou pouco

Em plena data de Natal, neste ano de 2023, em uma breve pesquisa, a reportagem do Blog do Amarildo apurou que de todos os casarões que foram construídos em Nova Aurora entre os séculos XIIX, XIX e XX, praticamente todos foram destruídos ou descaracterizados. No entanto, ao menos dois sobraram intactos e foram inclusive reformados, mantendo tudo de forma original.

Sr. Afonso Martins, que faleceu em 1995 foi o último a comprar a casa, e hoje está sob tutela da esposa, Sra Delfonsina

Um fato curioso é que um deles, o que fica na esquina da Rua do Comércio com a Rua Goiandira, hoje habitado pela pioneira Delfonsina Martins dos Santos, com alguns filhos, pertenceu antes da chegada de Deslfonsina e o esposo Afonso Martins (hoje falecido), a Francisco Pimenta Faleiros, avô do atual presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto (UB). Até hoje o assolho do casarão mantém um letreiro que teria sido feito pelo próprio Francisco, com suas iniciais.

Iniciais do ex-proprietário, Francisco Pimenta Faleiros estão cravadas no assoalho do casarão até os dias de hoje, e proprietária faz questão de manter assim

Dona Delfonsina conta que chegou com o esposo em Nova Aurora, vindos de Ipameri há cerca de 60 anos, morou um período na zona rural, e mais tarde, o casal adquiriu uma chácara nos arredores da cidade. Mas sempre quis ter uma casa boa na zona urbana.

“Eu passava nessa rua e falava para o Afonso, meu esposo: gosto dessa casa, se um dia ela estiver à venda, gostaria que você comprasse ela pra gente”

Dona Delfonsina, que ajudou a conservar o casarão onde viveu avô de
Bruno Peixoto, presidente da Alego

Ela conta que por volta de 1969, o então proprietário, Francisco Pimenta Faleiros colocou o casarão à venda, e Afonso não pensou duas vezes e adquiriu o imóvel. E desde então, o casal passou a viver no local. Mas quis o destino, Deus levou Sr. Afonso Martins em 1995. Porém, Dona Delfonsina nunca deixou de morar no local e disse que quer encerrar seus dias no mesmo espaço.

Aos 93 anos, Dona Delfonsina disse que já reformou a casa por duas vezes, e que hoje filhos, netos, sobrinhos e todos os familiares gostam do local. E claro, tem gente que passa pela rua e faz fotos da casa, tamanha é a beleza da antiga construção.

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