É uma oportunidade para refletir sobre as disparidades raciais e sociais ainda tão presentes. É a ocasião para incitar diálogos sobre diversidade, equidade e inclusão. A data em referência à Consciência Negra não apenas celebra as conquistas e contribuições de um grupo que continua sofrendo preconceito para circular livremente na esfera pessoal e dificuldade para ascender no âmbito social e profissional, mas também representa a esperança de uma sociedade mais justa, inclusiva e próspera.
“Os desafios que enfrentei e ainda enfrento como líder negra foram e são inúmeros, alguns superados imediatamente e outros no longo prazo. Um dos principais foi lidar com estereótipos e preconceitos que, muitas vezes, limitavam minhas oportunidades de crescimento. No entanto, superei essas barreiras através da minha determinação e do meu comprometimento em mostrar meu valor profissional. Nunca tive facilidades e tão pouco privilégios. Forjar uma carreira foi e continua sendo desafiador, mas me ensina o quanto é importante você ser aquele que ajuda, acredita, subsidia e mostra o caminho. Esse é meu lema hoje: levar pessoas pretas a lugares que elas jamais imaginariam. É uma luta contínua e que não é só minha. Como uma pessoa de herança e cultura afrodescendentes, minha visão de liderança é profundamente influenciada pela riqueza e resiliência de minha ancestralidade. Através da história de luta e superação dos meus antepassados, aprendi a valorizar a importância da igualdade, da justiça social e da inclusão em todos os aspectos da liderança. Acredito que é essencial usar minha voz e posição de liderança para combater o racismo estrutural e promover a diversidade e a igualdade de oportunidades para todos. Como legado para as gerações futuras, espero transmitir a mensagem de que todos têm o poder de serem líderes e agentes de mudança, independentemente da sua origem étnica.”
Cieli Eliza, líder de Atendimento da Orbia
“Meu principal desafio para alcançar uma posição de destaque foi a ausência, ao longo da minha trajetória profissional, de referências negras nas quais eu pudesse me espelhar. Hoje, carrego a responsabilidade não apenas comigo mesmo, mas também perante toda uma comunidade. Meu propósito é ir além, demonstrando aos demais negros que é possível ocupar cargos de liderança, rompendo padrões.”
Kenny Carvalho, VP de Gente e Cultura da Zoop
“Meu grande objetivo é contribuir para um mundo mais justo e diverso. Quero deixar um legado que celebre as diferenças, promova o entendimento mútuo e inspire as futuras gerações a valorizar e respeitar a diversidade em todas suas formas. A promoção efetiva da diversidade e inclusão nas organizações e na sociedade requer um compromisso integral que vai além de políticas superficiais. Isso implica a criação de ambientes que valorizem e celebrem as diferenças, promovam a equidade em oportunidades e deem voz a todos, reconhecendo que a diversidade é uma fonte de inovação e enriquecimento para o coletivo.”
Maicon Oliveira, coordenador de Governança da Zoop
“Estudei em escolas públicas, venho de uma família sem muitas condições financeiras; então, para conseguir uma boa formação, eu me colocava em todas as oportunidades de ganhar bolsas, cursos gratuitos e fiz faculdade com ajuda do governo. Nascemos em desvantagem, e compensar isso começa desde cedo, já nos estudos e no acesso ao conhecimento. Acho que, aqui, já começou muito do desafio que foi poder chegar à carreira que eu queria. Minha herança e minha cultura me moldaram, principalmente, na questão do empoderamento. Eu sei ainda do meu lugar de privilégio, como homem cis e com a pele mais clara. Mas, acompanhando a história da minha mãe, dos meus tios e avós, percebo que o mais importante é o orgulho da nossa herança. Quando somos quem somos, ficamos mais fortes, conquistamos na união e conquistamos espaços. Tento trazer esse orgulho e esse olhar para si na minha liderança e nas minhas intervenções.”
Hudson Cunha, head de RH Latam da Orbia
“Ao longo da minha vida profissional, nunca passei por qualquer situação ou dificuldade por conta da minha cor. Sempre me mantive direcionado a buscar o espaço que eu queria e que fazia sentido naquele momento. Se algo ocorreu, sinceramente, passou despercebido. Nunca deixei rotulações determinarem o que poderia fazer, aprender, contribuir e, na fase atual, como eu deveria liderar. Acredito que a sociedade de forma geral está se transformando cada vez mais. Certos comportamentos não são mais tolerados, e o mercado de trabalho tem acompanhado isso. Entretanto, vejo que o fator que contribui para a mudança de cenário é a forma como as pessoas estão batalhando pelos novos espaços, buscando cada vez mais qualificação e mostrando ao mercado seu potencial.”
Leandro Souza, gestor do Time de Pessoas do Bling, da LWSA
“Acredito que a promoção efetiva da diversidade e inclusão nas organizações e na sociedade em geral é algo extremamente positivo, mas, ao mesmo tempo, perigoso. Existe uma linha tênue entre realmente beneficiar o futuro das pessoas e segregar mais ainda, por causa de benefícios específicos ou discurso ainda mais de segregação. Hoje, eu me esforço para mostrar às pessoas que é possível mudar de realidade com a ajuda necessária, que a cor não define quem somos e que o mundo é maior do que aquele que conhecemos ou onde moramos.”
Jackson Garcia, coordenador de Tecnologia da Zoop
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