Mês da Consciência Negra: falas de líderes pretos

Arquivo/Divulgação Kenny Carvalho, VP de Gente e Cultura da Zoop

É uma oportunidade para refletir sobre as disparidades raciais e sociais ainda tão presentes. É a ocasião para incitar diálogos sobre diversidade, equidade e inclusão. A data em referência à Consciência Negra não apenas celebra as conquistas e contribuições de um grupo que continua sofrendo preconceito para circular livremente na esfera pessoal e dificuldade para ascender no âmbito social e profissional, mas também representa a esperança de uma sociedade mais justa, inclusiva e próspera.

“Os desafios que enfrentei e ainda enfrento como líder negra foram e são inúmeros, alguns superados imediatamente e outros no longo prazo. Um dos principais foi lidar com estereótipos e preconceitos que, muitas vezes, limitavam minhas oportunidades de crescimento. No entanto, superei essas barreiras através da minha determinação e do meu comprometimento em mostrar meu valor profissional. Nunca tive facilidades e tão pouco privilégios. Forjar uma carreira foi e continua sendo desafiador, mas me ensina o quanto é importante você ser aquele que ajuda, acredita, subsidia e mostra o caminho. Esse é meu lema hoje: levar pessoas pretas a lugares que elas jamais imaginariam. É uma luta contínua e que não é só minha. Como uma pessoa de herança e cultura afrodescendentes, minha visão de liderança é profundamente influenciada pela riqueza e resiliência de minha ancestralidade. Através da história de luta e superação dos meus antepassados, aprendi a valorizar a importância da igualdade, da justiça social e da inclusão em todos os aspectos da liderança. Acredito que é essencial usar minha voz e posição de liderança para combater o racismo estrutural e promover a diversidade e a igualdade de oportunidades para todos. Como legado para as gerações futuras, espero transmitir a mensagem de que todos têm o poder de serem líderes e agentes de mudança, independentemente da sua origem étnica.”

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Cieli Eliza, líder de Atendimento da Orbia

Cieli Eliza, líder de Atendimento da Orbia

“Meu principal desafio para alcançar uma posição de destaque foi a ausência, ao longo da minha trajetória profissional, de referências negras nas quais eu pudesse me espelhar. Hoje, carrego a responsabilidade não apenas comigo mesmo, mas também perante toda uma comunidade. Meu propósito é ir além, demonstrando aos demais negros que é possível ocupar cargos de liderança, rompendo padrões.”

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Kenny Carvalho, VP de Gente e Cultura da Zoop

“Meu grande objetivo é contribuir para um mundo mais justo e diverso. Quero deixar um legado que celebre as diferenças, promova o entendimento mútuo e inspire as futuras gerações a valorizar e respeitar a diversidade em todas suas formas. A promoção efetiva da diversidade e inclusão nas organizações e na sociedade requer um compromisso integral que vai além de políticas superficiais. Isso implica a criação de ambientes que valorizem e celebrem as diferenças, promovam a equidade em oportunidades e deem voz a todos, reconhecendo que a diversidade é uma fonte de inovação e enriquecimento para o coletivo.”

Maicon Oliveira, coordenador de Governança da Zoop

“Estudei em escolas públicas, venho de uma família sem muitas condições financeiras; então, para conseguir uma boa formação, eu me colocava em todas as oportunidades de ganhar bolsas, cursos gratuitos e fiz faculdade com ajuda do governo. Nascemos em desvantagem, e compensar isso começa desde cedo, já nos estudos e no acesso ao conhecimento. Acho que, aqui, já começou muito do desafio que foi poder chegar à carreira que eu queria. Minha herança e minha cultura me moldaram, principalmente, na questão do empoderamento. Eu sei ainda do meu lugar de privilégio, como homem cis e com a pele mais clara. Mas, acompanhando a história da minha mãe, dos meus tios e avós, percebo que o mais importante é o orgulho da nossa herança. Quando somos quem somos, ficamos mais fortes, conquistamos na união e conquistamos espaços. Tento trazer esse orgulho e esse olhar para si na minha liderança e nas minhas intervenções.”

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Hudson Cunha, head de RH Latam da Orbia

“Ao longo da minha vida profissional, nunca passei por qualquer situação ou dificuldade por conta da minha cor. Sempre me mantive direcionado a buscar o espaço que eu queria e que fazia sentido naquele momento. Se algo ocorreu, sinceramente, passou despercebido. Nunca deixei rotulações determinarem o que poderia fazer, aprender, contribuir e, na fase atual, como eu deveria liderar. Acredito que a sociedade de forma geral está se transformando cada vez mais. Certos comportamentos não são mais tolerados, e o mercado de trabalho tem acompanhado isso. Entretanto, vejo que o fator que contribui para a mudança de cenário é a forma como as pessoas estão batalhando pelos novos espaços, buscando cada vez mais qualificação e mostrando ao mercado seu potencial.”

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Leandro Souza, gestor do Time de Pessoas do Bling, da LWSA

“Acredito que a promoção efetiva da diversidade e inclusão nas organizações e na sociedade em geral é algo extremamente positivo, mas, ao mesmo tempo, perigoso. Existe uma linha tênue entre realmente beneficiar o futuro das pessoas e segregar mais ainda, por causa de benefícios específicos ou discurso ainda mais de segregação. Hoje, eu me esforço para mostrar às pessoas que é possível mudar de realidade com a ajuda necessária, que a cor não define quem somos e que o mundo é maior do que aquele que conhecemos ou onde moramos.”

Jackson Garcia, coordenador de Tecnologia da Zoop

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